O Ministério da Saúde mudou novamente o cronograma de entrega das vacinas da Covid-19 e espera, agora, receber cerca de 9 milhões de doses a menos em abril, sendo as doses da Astrazeneca/Oxford, envasadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização, a epidemiologista Carla Domingues, essa instabilidade no cronograma dificulta o andamento da imunização.
As declarações foram feitas durante entrevista no Programa Altos Papos, nesta quarta-feira (24).
“No final de março se conseguiu entregar um número maior de vacinas. A gente espera que agora haja uma maior celeridade. É preocupante porque a gente está vendo toda hora mudança no plano de vacinação”, alertou Carla.
A epidemiologista avalia também que a “estrutura do SUS é rapidamente mobilizada. Para isso, a gente precisa ter vacina. Nosso grande problema hoje é a escassez de vacinas. Se nós tivéssemos assinado mais contratos, com certeza manteríamos o ritmo”.
Já sobre o tempo necessário para a vacinação de toda população brasileira, ela pontuou “que no ritmo que estamos, vamos demorar no mínimo dois anos”.
Confira a entrevista completa no Podcast Altos Papos.
O ministério também não deixa claro o total de doses esperadas para abril. Antes a pasta previa a entrega de 57 milhões de vacinas para o mês, este número incluía ainda 1 milhão de unidades da Pfizer. Agora, o MS afirma que de abril a junho serão entregues 13 milhões de doses desta farmacêutica.