O Instituto Chico Mendes da Biodiversidades (ICMBio) contabilizou 49 peixes-leão capturados em Fernando de Noronha desde o fim de dezembro de 2020, quando o primeiro animal da espécie invasora e venenosa foi localizado. O balanço das operações foi divulgado nesta quarta-feira (27).
Nesse período, também foram notificados 75 avistamentos do bicho nas águas de Noronha, que são quando pescadores ou mergulhadores informam ao ICMBio terem visto o peixe-leão, retornando depois para tentar capturá-lo. Até 24 de janeiro deste ano, eram 50 avistamentos e 32 capturas.
A localização do peixe-leão se tornou mais frequente em Noronha a partir do segundo semestre de 2021. Uma série de capacitações foi realizada com profissionais que trabalham com mergulho para ajudar na captura segura dos bichos.
O objetivo foi evitar acidentes, já que a toxina existente nos espinhos do peixe-leão pode causar dores, convulsões e parada cardíaca, como ocorreu com um pescador no Ceará, que pisou em um animal da espécie no dia 18 de abril.
“O monitoramento do peixe-leão vem ocorrendo de forma contínua, com parceria das operadoras de mergulho. O sucesso desse trabalho é aliar o conhecimento da espécie e as técnicas de captura com às operadoras de mergulho comercial”, informou a chefe do ICMBio em Noronha, Carla Guaitanele.
Do total de capturas realizadas, 15 animais da espécie foram pegos na região do Parque Nacional Marinho, enquanto os outros 34 estavam na na Área de Proteção Ambiental (APA). A captura mais recente, segundo o ICMBIo, aconteceu no dia 22 de abril.
Os profissionais de mergulho da ilha que participaram da capacitação foram habilitados a identificar e recolher os peixes da espécie encontrados na ilha.
A captura mais recente, segundo o ICMBIo, aconteceu no dia 22 de abril. Não houve registro de incidentes em Noronha com peixes-leão desde o começo das aparições.
Espécie perigosa
O nome científico do peixe-leão localizado em Noronha é Pterois volitans. Essa espécie tem espinhos venenosos que contêm uma toxina que pode causar febre, vermelhidão e convulsões aos seres humanos.
O animal é predador e pode consumir espécies endêmicas, que só ocorrem nessa região, além de causar um desequilíbrio ecológico.
As primeiras análises dos peixes-leão encontrados em Fernando de Noronha constataram que o animal tem se alimentado de outros peixes da ilha e está em fase reprodutiva.
Os animais recolhidos em Noronha são enviados para análise no continente. O estudo é realizado pelo doutor em biologia marinha Pedro Pereira, diretor do Projeto Conservação Recifal (PCR), sediado no Recife, com apoio da Universidade Federal da Alagoas (UFAL).
Por G1