A cardiologista Ludhmila Hajjar, cotada para assumir o cargo de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, perdeu a preferência na lista de nomes avaliados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido). De acordo com informações do jornal O Globo, os motivos são supostas declarações da médica nos últimos anos, incluindo um áudio atribuído a Ludhmila em que ela teria chamado Bolsonaro “psicopata”. O material chegou ao conhecimento de Bolsonaro no mesmo dia em que a médica se reuniu com o presidente.
No áudio, recebido por Bolsonaro após se encontrar com a cardiologista no Planalto, a interlocutora defende a eleição do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), para presidente, chamando-o de “corajoso”. No início da pandemia da Covid-19, Caiado determinou medidas de restrição de circulação e confrontou Bolsonaro por declarações em que o presidente minimizava o impacto do vírus. “Nem sei o que vai acontecer com esse Brasil. Vai pegar fogo. Só sei que quero o Caiado presidente, só isso. Porque ele foi corajoso. Chega. Tem que cair esse JB. É um psicopata”, disse a mulher.
Nas redes sociais, seguidores do presidente reagiram com críticas à possibilidade de nomeação de Ludhmilla, citando um vídeo em que Hajjar aparece numa conversa com a ex-presidente Dilma Rousseff. A cardiologista também é criticada pela militância bolsonarista por defender posicionamentos que são consenso na comunidade científica, como a inexistência de um “tratamento precoce” eficaz contra a Covid-19, além da adoção de medidas de isolamento social.
De acordo com o colunista do jornal O Globo, dra. Hajjar não deve aceitar o convite para o ministério em função das discordâncias.