Altos Papos

Gravações de “O Paí, ó 2” acontecem no Centro Histórico de Salvador

As gravações do filme “Ó paí, ó 2”, que atualiza as aventuras de marcantes personagens do longametragem baiano de maior sucesso, reuniu centenas de curiosos que tentavam observar os artistas, no Centro Histórico de Salvador, nesta sexta-feira, 28. A obra audiovisual que tem direção da cineasta e roteirista baiana Viviane Ferreira, está na etapa final de filmagem e terá a participação de atores e cantores convidados.

Se somam ao elenco do Bando de Teatro Olodum, o atores Luis Miranda, Ricardo Oshiro e Clara Buarque. A musicalidade da Bahia continua dando a tônica do filme, com destaque para as heranças africanas preservadas na música baiana. Participam de Ó paí, ó 2, os cantores Russo Passapusso, Margareth Menezes, Tiganá Santana, Guiguio Shewell (ex-Ilê Aiyê), Pierre Onassis (ex-Olodum), Nininha Problemática, o grupo Attooxxa a cantora Alana Sarah, conhecida como A Dama do Pagode, grande revelação da cena atual com o hit Soca Fofo.

O ator e diretor Lázaro Ramos também está em Salvador e, durante os trabalhos, reencontrou seus antigos companheiros do Bando de Teatro Olodum, para darem continuidade às ao enredo que começou no teatro e foi adaptado para o cinema e a televisão.

Em “Ó paí, ó 2”, os perosagens já conhecidos pelo público serão mantidos: o cantor Roque (vivido por Lázaro Ramos), Dona Joana (Luciana Souza), o casal Reginaldo (Érico Brás) e Maria (Valdineia Soriano), a Baiana (Rejane Maia), Seu Matias (Jorge Washington), Dona Raimunda (Cássia Valle), Yolanda (Lyu Árison), Neusão (Tânia Toko), Psilene (Dira Paes), Lúcia (Edvana Carvalho) e outras divertidas figuras que habitam o Pelourinho.

Nesta sequência, mais de uma década se passa desde a morte trágica dos dois filhos de Dona Joana, em uma ação violenta da polícia, em pleno Carnaval de Salvador. Enquanto vive o luto pela perda, a religiosa continua enfrentando os problemas na convivência com os inquilinos do seu velho cortiço no Pelourinho, que serve de moradia para a maioria dos personagens.

A trama de Ó paí, ó 2 marca a passagem do tempo com a presença das crianças, agora adolescentes, filhos dos atrapalhados moradores, como Salvador (João Pedro), filho de Roque; Michelangelo (Pedro Amorim), filho de Dona Maria e Reginaldo; e Gisela (Ariele Pétala), filha de Yolanda e Neusão, entre outros jovens.

Bando de Teatro Olodum

O Bando de Teatro Olodum é a companhia de teatro negro de maior visibilidade na história das artes cênicas na Bahia e uma das mais consolidadas do país, que há 32 anos ininterruptos defende um projeto de expressão negra coletiva nas artes cênicas, tendo as atrizes e atores negros como protagonistas das suas narrativas.

Entre os grandes sucessos da companhia estão: Ó Paí, ó, que ganhou versão para o cinema e uma série na tevê; a revista musical Cabaré da Rrrraça; a premiada versão afro-baiana para o clássico de Shakespeare Sonho de Uma Noite de Verão; a celebração à ancestralidade negra Bença e o infantil Áfricas, que contagia adultos e crianças.

Além dos mais de 20 espetáculos já montados e de incursões no cinema e na televisão, o Bando leva o público à reflexão sobre os temas abordados em oficinas, debates e encontros com grupos de performances negras, contribuindo para a formação de novos talentos das artes cênicas, comprometidos com a valorização da cultura afro-brasileira.

Foto: Reprodução/Instagram