Diante da situação de emergência que o povo indígena Yanomami enfrenta, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) decidiu mobilizar profissionais de saúde de todo país para compor uma Força Nacional do SUS. O chamado nacional tem como objetivo reunir médicas e médicos de Família e Comunidade, além de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, e outros profissionais, para atuar nas ações que venham a ser traçadas. Para se inscrever clique aqui.
“Todos os profissionais da saúde podem se cadastrar. Como isso vai ser operacionalizado ainda está em discussão com o Ministério da Saúde. Mas, um diagnóstico neste momento é importante até para sabermos quantos profissionais serão necessários”, explicou o médico e vice-presidente da SBMFC Marco Túlio Ribeiro, em entrevista ao Altos Papos.
A entidade médica, em nota, manifestou solidariedade ao povo Yanomami, vítima de severa desassistência sanitária e do descaso político-social com os povos originários no período 2019-2022. e declarou que apoia o Ministério da Saúde, que decretou emergência pública no Distrito Especial Indígena Yanomani, e às medidas de socorro sanitário e de assistência anunciadas pelo presidente Lula.
Apenas em 2022, 99 crianças, de um a quatro anos, morreram como consequência das mazelas do garimpo ilegal. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, ao menos 570 foram a óbito nos quatro anos recentes por contaminação por mercúrio, contaminação e fome.
O Distrito Especial Indígena Yanomani, cuja população soma cerca de 30 mil, padece ainda com incontáveis casos de desnutrição e síndrome respiratória. Outro indicador gravíssimo: no ano passado, registrou 11.530 casos de malária, sendo as faixas mais afetadas a de maiores de 50, seguida pelas de 18 a 49, além do grupo de 5 a 11 anos.
