Altos Papos

Cotas beneficiaram produção de conhecimento nas universidades, destaca vice-presidente do Anjuká

Em entrevista ao programa Altos Papos, nesta segunda-feira, 3, a professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) Norma Lúcia Almeida destacou a importância do  sistema de cotas para garantir o acesso de indígenas ao ensino superior e para a produção de conhecimento, a partir de novos métodos e olhares, no Brasil. 

“O ganho que as universidades brasileiras tiveram com as cotas, tanto para os indígenas, quanto para os quilombolas e recentemente para ciganos, é um grande benefício para a produção do conhecimento. Esses povos, dentro da instituição, têm mostrado que é possível fazer outra forma de produção do conhecimento”, argumentou.

A professora Norma Lúcia Almeida é vice-presidente do Centro de Memória dos Povos Indígenas do Nordeste – Anjuká  que fomenta a pesquisa e extensão sobre povos indígenas na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

A líder indigena e estudantes da Uefs Mari Tumbalalá também faz parte do Núcleo. Desde seu ingresso na instituição percebeu que a presença dos indígenas na universidade gera estranheza e, por isso, segundo ela, desmitificar a imagem que a sociedade tem dos indígenas é um passo importante para a superação de preconceitos.

“Sair do nosso território e ir para a universidade é como se a gente saísse do mundo e fosse para outro. E ainda começa a enfrentar diversos preconceitos. A gente precisa de certa forma, o tempo todo, estar falando porque nós somos indígenas, o porquê eu tenho a pele branca, porque eu não tenho o olho fechado, características que a sociedade exige que o indígena tenha. A gente está na universidade para quebrar esse paradigmas”, afirmou 

Para discutir as lutas dos povos indígenas do Brasil, nesta terça-feira, 4, começa na Uefs o ‘Abril Indígena Anjuká’. O evento anual, que também é realizado por outras universidades do país, começa às 14h. Confira a programação: 

Data: 04/04

Local: Auditório II, módulo I

Horário: 14h

Mesa 1 – Lutas indígenas na Bahia – Retrocessos e perspectivas futuras (Jerry Matalawe, Patrícia Pataxó – Mediação – Patrícia Navarro)

Encerramento – Apresentação musical de estudantes indígenas da Uefs (Jefferson Pankararú e Sibelle Tuxá)

Intervenção poética – Maria Clara Tumbalalá

Toré

Data: 05/04

Local: Auditório II, módulo I

Horário: 14h

Mesa 2 – Ações Afirmativas: Os desafios do ingresso e permanência de estudantes

indígenas nas universidades Públicas na Bahia (Ângelo kaimbé, Felipe Tuxá, Fernanda Zatti – Mediação – Cris Truká)

Encerramento – Apresentação musical estudantes indígenas da Uefs (Jefferson Pankararú e Sibelle Tuxá)

Toré

Data: 11/04

Local: Auditório V, módulo VII

Horário: 8h30

Mesa 3 – Povos Indígenas e atenção à saúde física e mental: desafios e perspectivas futuras (Marijane Tumbalalá, Deisyane Tuxá – Mediação Jefferson Pankararú)

Encerramento – Apresentação Musical estudantes indígenas da Uefs (Jefferson Pankararú e Sibelle Tuxá)

Toré

Data: 18/04

Local: Auditório II, módulo I

Horário: 8h30

Mesa 4 – Anjuká – Centro de memória dos povos indígenas do nordeste: Identidade e resistência Indígena na Universidade Estadual de Feira de Santana (Cristiano Cardoso, Patrícia Navarro, Cris Truká – Mediação Norma Lúcia de Almeida)

Intervenção Poética – Maria Clara Tumbalalá

Toré

Horário: 14h

Mesa 5 – Povos originários e a luta por seus territórios: O futuro das regularizações de terras indígenas na Bahia e no Brasil (Maria Tumbalalá , Carlos Eduardo Chaves- Mediação – Acuçena Tumbalalá)

Encerramento – Apresentação Musical Estudantes Indígenas da Uefs (Jefferson Pankararú e Sibelle Tuxá)

Toré