Funcionários contratados pela empresa City Serviços, que presta serviços à Secretaria de Educação da Bahia (SEC), denunciam o não recebimento de salários e benefícios empregatícios desde que foram contratados, em fevereiro deste ano. De acordo com denunciantes, são quase 200 prejudicados, que trabalham como merendeiros em escolas estaduais de Salvador e Região Metropolitana.
Em anonimato, uma das contratadas contou que a empresa já deve mais de R$ 4 mil reais apenas a ela. “Fomos contratados com carteira assinada no dia 6 de fevereiro, e nunca recebemos nem salário, nem vale transporte ou alimentação. De início, ligávamos e eles nos davam datas falsas. Agora, a gente liga e não nos atendem mais”, afirma.
Os funcionários passaram, então, a procurar diretamente a Secretaria de Educação, que não deu uma previsão de quando conseguirão resolver a situação. A SEC informou que notificou a City Serviços e a empresa poderá ter o contrato rescindido.
“A secretaria destaca que está empenhada juridicamente para que possa efetuar o pagamento diretamente aos funcionários”, informou,m por meio de nota. A SEC não respondeu a quantidade exata de funcionários prejudicados, ou se há previsão de quando os contratados devem receber os valores.
No site institucional, a empresa se autointitula como “uma das mais conceituadas empresas de prestação de serviços, locação de veículos, equipamentos e terceirização de mão de obra na Bahia”. Os serviços ofertados pela empresa, segundo o site, incluem manutenção predial, limpeza e conservação, agente de portaria, serviço de recepção, serviço de jardinagem e locação de frotas. Não há informações sobre oferta de serviços alimentícios.
Dívidas
Enquanto a resolução do problema se arrasta, a funcionária contou que chegou a se endividar por conta do atraso no pagamento. “O pior é que todos estão com medo de denunciar e sofrer alguma retaliação”, afirmou.
Uma segunda denunciante declarou que chegou a ser dispensada pela diretora da escola onde trabalha por não estar mais comparecendo ao emprego, após acabar o dinheiro que tinha para o transporte.
“Os funcionários que não têm nem mais dinheiro para transporte estão sendo dispensados sem receber nada, mesmo orientados por funcionários da SEC”, alegou. “A Secretaria diz que a City é a responsável, e a City diz que a SEC é que tem que pagar. Enquanto isso, os funcionários nada recebem. Estou desesperada”, acrescentou.
Ela relata que recebia o Auxílio-Brasil, até conseguir o emprego. “Já fui notificada que a carteira está assinada, e não receberei. Agora estou com a mão na cabeça porque nem bolsa, nem emprego”, compartilha.
Por Metro1
Foto: SEMED Penedo
