Vários prédios públicos de Panguipulli, na região mapuche no sul do Chile foram incendiados na noite dessa sexta-feira, 5. A população saiu às ruas da cidade para protestar contra a morte de um artista de rua por um policial.
Segundo apuração do Portal G1 notícias, o artista foi morto a tiros à queima roupa, em uma abordagem pela verificação de seus documentos de identidade. O vídeo da violenta ação policial viralizou rapidamente na internet.
As imagens, gravadas por testemunhas da cena, mostram o homem sendo visado por vários policiais armados, no meio da rua e em pleno dia. De repente, o artista se aproxima de um dos agentes que atira, primeiro, em seus pés e depois, em seu peito. O jovem morreu na hora.
A polícia alegou “legítima defesa”, afirmando que o artista estava armado com um sabre. No entanto, várias testemunhas da cena garantem que ele carregava espadas de circo, cujas lâminas são cegas para evitar qualquer risco de ferir as pessoas.
Muitos moradores da pequena cidade de apenas 35 mil habitantes ficaram indignados e foram às ruas protestar contra a violência policial. A prefeitura de Panguipulli foi a primeira a ser atacada e foi completamente incendiada, assim como a delegacia e o Tribunal de Justiça da cidade.
A onda de indignação e emoção ganhou o país. O policial responsável pelos disparos foi detido e o governo chileno pediu que a polícia forneça todas as informações disponíveis sobre o caso. A oposição de esquerda denuncia essa nova violência policial.
Nos últimos anos, a popularidade da polícia chilena está em forte queda. A corporação é muito criticada após vários escândalos de corrupção e a onda de repressão brutal contra o movimento social de outubro de 2019, quando milhares de chilenos saíram às ruas denunciando as desigualdades no país