Altos Papos

Ex-chefe do PNI diz que Bolsonaro atrapalhou vacinação

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia ouviu nesta quinta-feira (8) Francieli Fantinato, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Fantinato era uma das investigadas da CPI da Pandemia, mas durante o depoimento foi transformada em testemunha. Com a conversão, ela também teve a quebra dos sigilos telefônico e telemático suspensa.

Ao fim do primeiro discurso, Francieli passou a levantar dúvidas em relação sobre porquês dos percalços enfrentados ao longo da pandemia e afirmou que teve dificuldade para ter uma “execução rápida de campanha”.

Para Francieli, uma campanha efetiva levaria em conta uma “comunicação única” por parte “de qualquer cidadão de qualquer escalão”, e que ter o líder da nação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), trazendo “elementos que colocam dúvida” no processo prejudicou a efetividade da campanha.

A ex-servidora afirmou ainda que o responsável por mandar retirar a população carcerária do grupo prioritário da campanha de vacinação foi o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde coronel Elcio Franco. Ela também atrbuiu à secretaria-executiva a discussão acerca de quais imunizantes deveriam fazer parte do PNI.

Ao ser questionada pelos motivos que a levaram a deixar o cargo, Francieli Fantinato afirmou que considerou questões pessoais após observar a “politização” da eficácia da vacinação, e que este movimento colocou-a enquanto investigada na CPI antes de ser ouvida.

A ex-coordenadora do PNI teve sua exoneração publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (7). De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, foi Fantinato que pediu para deixar o cargo.