Cerca de três meses se passaram entre a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) e sua entrada oficialmente na Corte, no último 22 de fevereiro. O período foi marcado por uma “disputa” de sua herança política no Maranhão.
Dino passou 18 anos em cargos no Executivo e Legislativo, desde que deixou de ser juiz federal em 2006.
Na época, se filiou ao PCdoB e foi eleito deputado federal. Ele ficou no cargo até 2011 e assumiu posteriormente a presidência da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Em 2014, venceu pela primeira ver a disputa para o governo do estado, sendo reeleito em 2018.
Em 2022, já no PSB, concorrendo ao Senado, recebeu 2,1 milhões de votos. Foram quase 1 milhão a mais que o segundo colocado, o ex-senador Roberto Rocha, então no PTB, que disputava a reeleição.
Agora, com seu retorno ao Judiciário, Dino não poderá mais participar da política partidária, e seus números eleitorais passam a ser disputados.
Isso aconteceria pelo fato de o ministro do STF ainda ter um bom retorno político-eleitoral no estado, de acordo com a avaliação de Raimundo Nonato Silva Júnior, professor de ciência política da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
“Boa parte dos deputados da bancada federal, a maioria da bancada estadual e um considerável número de prefeitos e prefeitas se elegeram na esteira de Dino”, cita o professor.
A influência do hoje ministro do STF, na avaliação de Nonato Júnior, ainda ajudou na eleição dos senadores do estado Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) — além, logicamente, de Ana Paula Lobato (PSB), que é suplente de Dino na Casa.
Por CNN Brasil
Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF