A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia juntar todos os indiciamentos feitos pela Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e apresentar uma denúncia única ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro já foi indiciado pelas fraudes no cartão de vacinação – investigação que está em fase de diligências complementares – e, mais recentemente, pelo caso da venda de joias no exterior.
Ainda está por vir o relatório da PF quanto à suposta participação do ex-presidente em uma tentativa de golpe de Estado. A expectativa é de que o documento seja elaborado antes de 16 de agosto, data que marca o início da campanha eleitoral.
A hipótese de unificar tudo isso é cogitada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por dois motivos: robustecer as provas e, ao mesmo tempo, adiar a acusação para um momento pós-eleições.
Auxiliares de Gonet o descrevem como um procurador-geral cauteloso e não descartam que, assim como fez em relação ao caso da carteira de vacinação, ele também peça novas diligências na investigação das joias.
A expectativa quanto a esse cenário aumentou especialmente depois que a própria PF detectou um equívoco nas cifras envolvidas e solicitou ao Supremo uma correção no relatório.
Interlocutores de Gonet afirmam que, conhecendo o perfil do procurador-geral, ele não vai deixar esse fato passar batido – e pode até mesmo requerer à PF uma explicação mais pormenorizada do motivo do erro.
Isso viria a calhar para o “timing” da eventual denúncia, que ficaria para depois das eleições municipais de outubro. Gonet tem dito a pessoas próximas que isso pode evitar que seus atos formais sejam usados na campanha ou sejam interpretados como possível perseguição.
Por CNN Brasil
Foto: Antonio Augusto/Secom/MPF