A Micareta de Feira de Santana, que completou este ano 88 anos de história, consolidou-se mais uma vez como a maior e mais antiga micareta do Brasil. Em 2025, o circuito Maneca Ferreira foi tomado por mais de 900 mil foliões que vibraram durante cinco dias de festa ao som de grandes nomes da música nacional e artistas locais, marcando uma edição que não apenas celebrou a folia, mas também deu destaque à presença feminina e ao fortalecimento da cultura da cidade.
O evento, organizado pela Prefeitura de Feira de Santana com apoio expressivo do Governo do Estado, contou com a presença das mulheres de Feira de Santana não apenas nos trios, e na avenida, mas também nos bastidores e na produção cultural. Este ano, a estreia do Bloco Delas, que destacou o combate à violência de gênero no circuito principal do evento, e o recorde de público do projeto feminino Lá Vem Eles, que juntos simbolizaram a força das foliãs. Além disso, dezenas de artistas mulheres da cidade estavam nos palcos, apesar de ainda não serem maioria no circuitos do evento.
Uma dos nomes que participam dessa movimentação é a historiado Larissa Santana. Escritora, agente cultural e ex-coordenadora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia(IPAC). Com um trabalho voltado para a defesa dos direitos das mulheres e para o fortalecimento da cultura local, Larissa teve participação ativa na articulação cultural desta edição.
“Sempre tive diálogo com o setor cultural da cidade, por ser historiadora, escritora e com curso e experiência como agente cultural, esse trabalho cresceu nessa micareta. ”, conta.

Segundo ela, a presença do Governo do Estado, através do secretário estadual de Cultura Bruno Monteiro, reforçou a política de valorização dos artistas locais, criando um ambiente propício para mostrar a pluralidade cultural de Feira.
“Ainda tem muito caminho pra percorrer, mas foi dada a largada. Feira se tornou um grande espaço, nesses dias de Micareta, de oportunidade para mostrar nossos agentes culturais e como a cultura ela é diversa, democrática, e plural. Esse ano contribui significativamente no Lá Vem Eles, compreendendo a máxima de que as mulheres estavam não apenas no comando da micareta, mas no comando da própria vida. Essa festa também é construída especialmente por mãos femininas”, destacou Larissa.