Este foi o terceiro encontro presencial entre Lula e Xi Jinping desde o início do mandato do brasileiro, em 2023 – e o segundo em território chinês.
Em discurso antes de Lula, Xi Jinping também destacou a importância da relação entre os dois países, considerada estratégica por ele.
O líder chinês criticou as guerras comerciais e declarou que China e Brasil concordam que ninguém sai ganhando neste tipo de disputa.
“China e Brasil vão defender juntos o livre comércio e o sistema multilateral”, declarou.
Xi também mencionou o apoio de China e Brasil para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. A proposta dos dois países, contudo, até o momento não foi executada. A Rússia deseja retomar as negociações na Turquia.
Críticas às guerras
Lula usou o discurso ao lado de Xi Jinping para reiterar as críticas que vem fazendo às guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
“Superar a insensatez dos conflitos armados também é pre-condição para o desenvolvimento. Os entendimentos comuns entre Brasil e China para uma resolução política para crise na Ucrânia oferecem base para um diálogo abrangente que permita o retorno da paz à Europa”, disse.
“A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com o Estado de Israel. Somente uma ONU reformada poderá cumprir ideais de paz, direitos humanos consagrados em 1945”, seguiu.
Após a reunião e a declaração à imprensa dos presidentes, Brasil e China divulgaram duas notas conjuntas, uma delas sobre a guerra na Ucrânia.
Os dois países saudaram a disposição de Rússia e Ucrânia de retomarem as negociações de paz e se colocaram à disposição para auxiliar nas discussões.
A outra nota reforçou pontos abordados pelos presidentes nos discursos, como as críticas às guerras tarifárias e comerciais, parcerias na área de infraestrutura e combate à fome, necessidade de reforma da Organização das Nações Unidas e o fortalecimento da relação entre Brasil e China.
A nota informa que o Brasil “adere firmemente ao princípio de uma Só China” e “reconhece que só existe uma China no mundo e que Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”.
Para a China, Taiwan é uma província rebelde que ainda faz parte de seu território. Já para o governo taiwanês, a ilha é um Estado independente, com sua própria Constituição e, por décadas, se considerou o legítimo governo da China no exílio.
Por g1
Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República