Altos Papos

Governo Trump decide não enviar nenhum representante para a COP

Os Estados Unidos não vão enviar representantes de alto nível para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para a próxima semana, em Belém (PA).

A informação foi confirmada por um funcionário da Casa Branca à agência AFP e também reportada pela Reuters.

“O presidente Donald Trump já deixou claras as posições de seu governo sobre a ação climática multilateral”, disse um representante da Casa Branca, sob condição de anonimato.

A ausência de Trump já era esperada na cúpula de líderes, que acontece nos dias 6 e 7 de novembro, mas ainda havia expectativa de que o país enviasse alguma delegação para as negociações técnicas, que começam no dia 10. Segundo as agências, isso também não vai acontecer.

Discurso contra clima

Na Assembleia Geral da ONU, no mês passado, Trump voltou a chamar as mudanças climáticas de “a maior farsa do mundo” e criticou políticas ambientais adotadas por outros países.

Durante o discurso, ele defendeu o uso do carvão – fonte altamente emissora de gases de efeito estufa – e atacou as energias renováveis. A posição é oposta à defendida pela maioria dos países presentes na COP, que buscam acelerar a transição para fontes limpas.

“O presidente está dialogando diretamente com líderes de todo o mundo sobre questões energéticas, como mostram os acordos comerciais e de paz recentes, com foco em parcerias na área de energia”, disse um funcionário da Casa Branca, por e-mail, à Reuters.

O que representa a ausência?

Apesar do convite feito por Lula durante a recente aproximação com Trump, a ausência do governo americano na COP foi interpretada por analistas como algo positivo para as negociações.

Como a COP é baseada em consenso entre os países, havia receio de que a presença de Trump e o peso da economia americana pudessem travar discussões sobre metas climáticas e financiamento de ações climáticas.

Sem a delegação americana, especialistas avaliam que será possível avançar em propostas mais ambiciosas, especialmente nos temas de transição energética, perdas e danos, e financiamento climático.

Por g1

Foto: Reprodução