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Após operação, Valdemar Costa Neto defende Jordy e faz críticas ao Congresso e Judiciário

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, saiu em defesa do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis pelos ataques do 8 de janeiro.

“Registro a minha indignação, a minha repulsa à determinação judicial de se fazer a busca e apreensão na casa e no gabinete do Líder da Oposição do PL na Câmara dos Deputados”, afirmou Valdemar em uma publicação no X (antigo Twitter).

Em sua postagem, Valdemar também fez críticas ao Congresso e ao Judiciário e afirmou que os parlamentares de oposição têm sofrido perseguição política.

“Essa escalada de violência do Judiciário contra parlamentares da oposição e gente do povo precisa ser contida, pelo bem da democracia brasileira. É estranha e péssima para a democracia brasileira a omissão do Congresso Nacional nesse e em outros casos recentes”, complementou o presidente do PL.

Na operação realizada contra Jordy, a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontaram indícios de que o congressista agia na organização e planejamento das manifestações no Rio de Janeiro. Os investigadores encontraram supostas mensagens trocadas entre Jordy e uma liderança de atos golpistas.

Sobre essas mensagens, Valdemar afirmou que o parlamentar tem “direito a opinião própria, a defender suas ideias e a manter os diálogos que considerar convenientes”.

Valdemar também argumentou que, por se tratar de um deputado, as atitudes e ações de Jordy são protegidas pelo instituto da imunidade parlamentar, garantido pela Constituição.

“Parcela do Judiciário continua adotando medidas que causam espanto e temor no meio político e judicial, em geral. Com base em investigações intermináveis”, escreveu o presidente do PL.

Por fim, Valdemar disse que “a arbitrariedade não pode ser maior que a Constituição Federal e o respeito à democracia”.

De acordo com os investigadores, há indícios de que Jordy, “além de orientar, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.

O que diz Jordy

O deputado Carlos Jordy usou as redes sociais para se defender sobre ação da PF, dizendo que está sendo perseguido.

“Eles estavam buscando arma, celular, tablet e pegaram. Eu falei onde estava a minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada”, disse.

O deputado disse que ele jamais incitou ou estimulou as pessoas a participarem dos atos do dia 8 de janeiro. “Isso é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Em momento algum, sobre o 8 de janeiro, eu incitei, eu falei para as pessoas que aquilo ali era correto.”

“Pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois no 8 de janeiro”, continuou.

Jordy também classificou a ação como uma “piada”. “O que estão fazendo é óbvio, tem o intuito de perseguir seus adversários. Também estão mirando aí as eleições municipais, já que eu sou pré-candidato a prefeito de Niterói, e é óbvio que tem um viés totalitário, intimidatório, não tem respaldo legal.”

Por CNN Brasil

Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara