Em entrevista ao programa Altos Papos, nesta sexta-feira, 3, a cantora baiana Sarajane, conhecida nacionalmente por ser uma das pioneiras do Axé Music, criticou o teor sexual explícito das produções musicais que fazem sucesso na Bahia, mas destacou a mistura de ritmos como um aspecto positivo do atual cenário musical.
“A única coisa que eu não curto na música [baiana] de hoje são as letras que são machistas, preconceituosas e, às vezes, homofóbicas. Então, eu acho que a gente tá no momento de educar as nossas crianças, para que daqui a muitos anos a gente possa ter uma população saudável. Não queremos ser caretas, eu acho que tudo tem o seu tempo, então precisa ter um pouco de cuidado. Tem muita ‘bunda’, muita ‘soca’, muito ‘sexo’, precisamos ter um pouco de cautela. Acho que o respeito está acima de tudo”, disse.
A cantora demonstrou estar de olho nos novos talentos e movimentos musicais da Bahia. E elogiou a mistura de sonoridades que, inclusive, é a essência da Axé Music.
“A ‘ritmia’ que vem do ‘pagotrap’ é muito massa. O novo tem que vir. ‘Baiana System’, tá aí com a guitarra, isso é legal. Essa mistura do eletrônico com outros ritmos, acho que é muito massa. A única coisa que eu sou contra [no cenário musical atual] é isso [as letras preconceituosas e pornográficas]. É preciso pensar um pouco no que se fala. Tá muito ‘sexo’ rolando, as letras estão muito pornográficas mesmo, de uma forma bem pesada”, afirmou.
