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Bahia ocupa o sexto lugar na produção de mandioca do país

Cultivada por agricultores familiares, a mandioca está presente na alimentação nordestina ao longo de todo dia, seja pela farinha, bolos ou beijus. A Bahia ocupa o sexto lugar de produção no país e pretende aumentar a produtividade da mandiocultura em 22,4% no próximo ano.

Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de junho de 2023, com dados sistematizados e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), estima uma produção de 938,3 mil toneladas este ano, 9,6% superior à de 2022.

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, afirma que os resultados acontecem mais rápido com a integração de diversas entidades associadas a focalização das áreas que mais produzem a cultura de mandioca. É o caso do novo projeto da CAR, Raízes do Brasil, que visa fortalecer todo o sistema produtivo da mandioca e aumentar a renda dos agricultores familiares.

“A ação vai atender os 7 territórios que mais cultivam mandioca – Extremo Sul, Costa do Descobrimento, Baixo Sul, Recôncavo Baiano, Vale do Jiquiriçá, Litoral Norte e Sudoeste Baiano – 30 mil agricultores familiares que produzem nesses territórios”.

A iniciativa vai ser lançada neste mês e será realizada em parceria com agentes financeiros, movimentos sociais, cooperativas, redes de ensino, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Federação dos Consórcios Públicos da Bahia (Fecbahia), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), entre outros representantes da agricultura familiar.

A expectativa é que essa ação atraia investimentos para a mandiocultura. “Porque a gente demanda ainda de plantas de mandioca com bom potencial de produzir fécula. Nós temos duas e precisamos de mais uma, sendo que o ideal é ter 5 ou 6 plantas. Então, se a gente amplia a base de produção, atraímos mais investimentos”, frisa Ribeiro.

Com o objetivo de fortalecer os agricultores familiares e as cooperativas de mandioca, o estado pactua com o Instituto Biofábrica de Cacau (IBC) a aquisição de 2 milhões de mudas por ano. “Eu tenho me surpreendido bastante com a busca de implantação de novas áreas de mandioca com material genético precoce de alta produtividade e livre de doenças. Só no primeiro semestre deste ano nós entregamos mais de meio milhão de muda”, informa o diretor presidente da Biofábrica, Valdemir José dos Santos.

Ele conta que esse novo método de multiplicação de mudas de mandioca livres de doenças, resistentes à seca e com boa qualidade genética atenderá ao pequeno produtor. “Nós temos um material geneticamente muito bem preparado, estudado porque foram mudas tratadas e protegidas em laboratório pela Embrapa e que a gente faz essa multiplicação em grande escala. O agricultor ou a associação rural consegue implantar 10 mil mudas por hectare. A depender do manejo, da condição do solo, pode chegar a produzir 40, 80 até 100 mil toneladas por hectare”, comenta Santos.

Produtores unidos

O presidente da Cooperativa de Mandiocultores de São Desidério, João Xavier Neves, relata que os produtores da entidade buscam elevar a produtividade. “Nós temos um projeto junto com o sindicato rural que eles plantaram um hectare de mandioca financiado pela cooperativa. Então, acredito que em 2024 vamos plantar mais do que esse ano porque temos mais ramas (de mandioca) para poder plantar”.

Por Jornal A Tarde

Foto: Manu Dias/GOVBA/ATarde