Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20, o Brasil pode acabar, conforme analisou no Altos Papos o professor de Relações Internacionais do IBMEC-SP, Alexandre Pires, entrando em rota de colisão com o governo americano e enfrentar retaliações, como a aplicação de tarifas comerciais.
“O Brasil tenta adotar uma política de neutralidade, mas com muita aproximação a esse bloco geopolítico liderado por Rússia e China, pode acabar gerando algum tipo de retaliação. Não acredito que o Brasil vá ter essa falta de sensibilidade diplomática a ponto de colocar em jogo as relações econômicas e comerciais entre o país e o Estados Unidos. Mas, do Brasil, tudo pode se esperar. Pode sim, acontecer um ‘escorregão’ e o país entrar em rota de colisão com o governo Trump”, afirmou.
Para Alexandre Pires, “há uma tendência de que o crescimento da China seja freado, o que poderia beneficiar o Brasil em determinados setores”.
“Por outro lado, podemos ficar animados porque a China concorre conosco em muitos mercados. Uma China mais enfraquecida faria o Brasil se abrir para novas oportunidades, voltando a competir em setores que fomos perdendo ao longo do tempo, sobretudo, os mercados mais estratégicos. Apesar do impacto inicial em áreas como o agronegócio, setores como o manufatureiro poderiam se beneficiar de eventuais golpes bem aplicados pelo governo Trump”, concluiu.
Texto produzido pelo estagiário de jornalismo Rafael Carvalho, sob supervisão do jornalista Taiuri Reis
Foto: Arquivo pessoal