A Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, realizou um estudo que apontou que jovens menores de 20 anos, que tomaram a vacina contra a gripe tiveram menos probabilidade de desenvolver os sintomas da covid-19.
Os pesquisadores investigaram o efeito da influenza e das vacinas pneumocócicas na evolução da Covid-19 na população pediátrica e a possibilidade de interferência viral. Participaram do estudo os pacientes jovens, com 20 anos ou menos.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), o médico pediatra Juarez Cunha, explica que “estimular a vacina contra a gripe já dá uma folga ao sistema de saúde” e que esses estudos “avaliam a resposta que chamamos de inata”, onde as vacinas fazem o “organismo desenvolver uma resposta inespecífica”.
As explicações foram dadas em entrevista ao Programa Altos Papos, nesta quarta-feira (31).
“Alguns estudos importantes mostram que talvez isso possa acontecer com os sintomas da gripe. A vacina da gripe é uma questão de saúde pública. Se realmente isso acontecer, seria mais uma vantagem da vacinação de gripe na população”, avalia o médico.
Dr. Juarez pontua também que “as pessoas vacinadas (contra influenza) tiveram um percentual menor de desenvolver covid e uma gravidade menor” e avalia que “as pessoas que se vacinam contra a gripe, e que acreditam em vacinação, são as que se cuidam mais e isso pode interferir na análise”.
Tempo de vacinação
A partir do dia 12 de abril, será iniciada a Campanha da Vacina da Gripe 2021, que acontecerá no mesmo período da imunização contra Covid-19.
O médico lembra que “a orientação do Ministério da Saúde é que se tenha um intervalo de 14 dias de qualquer vacina Covid, com qualquer outra vacina, inclusive a da gripe”. Por isso, não é necessário “terminar o esquema da vacina covid para depois fazer a da gripe”. Mas que a prioridade deve ser a imunização contra o Coronavírus.
Andamento da Vacinação
Sobre a produção de vacina, Dr. Juarez lembra que o Brasil “sempre foi linha de frente nesse tipo de produção e de pesquisa” e que “se a gente estivesse autossuficiente para produzir vacina, não estaríamos nessa situação, de uma campanha que está indo muito lentamente”.
“Capacidade de vacinar a gente tem, mas não estamos tendo vacina”, alerta o médico.