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Capital de SP confirma 1º caso de varíola dos macacos em bebê; criança de 10 meses está isolada em casa

A Prefeitura de São Paulo confirmou nesta terça-feira (23) o primeiro caso de varíola dos macacos em um bebê na cidade. Até a última atualização desta reportagem, esse era também o primeiro registro da doença no estado de São Paulo em crianças de até 1 ano de idade. No Brasil, havia apenas um outro diagnóstico, na Bahia.

O paciente de São Paulo tem 10 meses e mora na Zona Leste. Ele teve febre e bolhas na pele, mas o quadro é considerado estável. O bebê está isolado em casa e passa bem.

O boletim mais recente divulgado Ministério da Saúde mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo com mais casos de varíola dos macacos, a maioria deles em São Paulo. Com 2.528 confirmações da doença, o estado de São Paulo concentra quase 65% dos registros no país. Só na capital, já são 1.880 casos confirmados. Há outros 689 suspeitos e sob análise.

Os países com maior índice de contaminação são o Reino Unido e a Alemanha.

Entre os principais sintomas da varíola dos macacos estão:

  • febre;
  • dor de cabeça;
  • dor no corpo;
  • calafrios;
  • caroços no pescoço, axila e virilhas;
  • cansaço;
  • e bolhas pelo corpo (elas começam a surgir de um a três dias após o início desses sintomas).

O vírus faz parte da mesma família da varíola e não é transmitido por macacos, mas, sim, de pessoa para pessoa.

A contaminação acontece a partir do uso de objetos compartilhados por pessoas infectadas. Em alguns casos raros, a transmissão se dá pelo ar ou por gotículas de saliva ao conversar, mas a forma mais comum é o contato pela pele.

Coren de SP treina enfermeiros

O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de São Paulo começou a treinar os enfermeiros da rede básica de saúde para coleta correta de amostras para diagnóstico da varíola dos macacos.

Pelo menos 60 profissionais atuam em unidades básicas de saúde da capital e estão sob orientação de especialistas do Hospital Emílio Ribas, que reforçam informações necessárias e ajudam a agilizar a identificação de casos suspeitos da doença.

O treinamento prevê análise da secreção de bolhas que se formam nos pacientes. Durante o curso, os enfermeiros também usam patas de porcos para compreender a evolução das lesões e avaliar como deve ser feita a coleta para os testes.

Aquisição de vacinas

O Ministério da Saúde iniciou no mês passado conversas com a Organização Panamericana de Saúde para a compra de 50 mil doses de vacinas contra a varíola dos macacos. Havia uma previsão de entrega dessas doses até o final deste mês, mas há uma atraso. E agora a previsão, segundo o Ministério da Saúde, é para o início de setembro.

“É uma doença contra a qual nós temos vacina, a questão é que o mundo ainda não conseguiu dar conta de escalar a produção de vacina o suficiente pra todo mundo se proteger”, disse o biólogo e pesquisador científico Atila Iamarino.

Por G1

Foto: mmpile/Getty Images