Um dos principais precursores do Axé Music no Brasil, o cantor e compositor Carlinhos Brown, chamou atenção sobre a erotização de ritmos musicais na Bahia, durante a abertura da 10ª FINC – Feira Internacional do Conhecimento, maior evento acadêmico do Norte/Nordeste realizado esta semana pela UNEF e UNIFAN, em Feira de Santana.
Para o Cacique do Candeal, que está completando 45 anos de carreira, há espaço para todos os ritmos. Porém, é preciso ir “devagar quando for tratar do tema mulher” nas letras das músicas para não banalizá-las.
“As pessoas estão vivendo dos ritmos que nós fizemos, não está surgindo novos ritmos. Existe uma repetição rítmica, sobretudo, uma utilização às vezes banal até do que foi construída pelo ritmo. E quando eu falo isso, eu falo que tem espaço pra todo mundo. Isso não é crítica, mas vamos devagar quando for tratar do tema mulher. Não utilize as rítmicas ancestrais na Bahia para falar banalidades, porque a gente lutou o tempo inteiro. Estamos em uma fase enorme de erotização da música e deve ter cuidado, só isso. Tem criança em casa, tem criança vendo”, alertou o artista, ao Altos Papos.
Brown lembrou ainda que “tem muita coisa boa surgindo na Bahia” e defendeu que sejam mais observadas. “Vamos prestar atenção sim porque estamos precisando fazer coisas para atravessar a Bahia, não ficar só aqui, ser só regional. E elas existem? Existem. Precisa-se que prestem atenção”, afirmou.
Por Taiuri Reis/Altos Papos
