A ministra Cármen Lúcia rebateu o colega Kassio Nunes Marques durante uma sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre um caso de fraude à cota de gênero em Itaiçaba, no Ceará.
A Corte discutia o caso, nesta quinta-feira, 27, quando Kassio disse ser necessário “ter empatia” e que a candidata em questão foi “abandonada” pelo partido, o Cidadania. Cármen discordou da fala e reforçou o desejo das mulheres por respeito.
“Entendo quando Vossa Excelência afirma, de forma que soa quase paternal, que é preciso ter empatia. Sabemos exatamente o que é ser tratada com desvalor. Não é desvalorizando e achando que mulheres são coitadas, porque coitadas não somos, somos pessoas autônomas igualmente e, por isso, quando se fala que o partido abandonou, como outrora se dizia que o marido abandonou, coitada. Não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs iguais”, afirmou.
“O que a gente quer, nós, mulheres, não é empatia, mas respeito aos nossos direitos. Tem que reconhecê-la como pessoa dotada de autonomia, sem precisar ser amparada ou gotejada. Isso é o que nós, mulheres, não queremos”, acrescentou Cármen.
Por Metro1
Foto: Gláucio Dettmar/Agência CNJ