Altos Papos

Carnaval no Rio é liberada pelo comitê científico da prefeitura

Comitê Científico de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC), grupo de especialistas que orienta a prefeitura do Rio sobre a pandemia, recomendou que, nas condições atuais, a capital não deve estabelecer qualquer restrição ao carnaval do ano que vem.

A decisão abre caminho para a folia não só no Sambódromo, como também nas ruas da cidade. Na semana passada, o prefeito Eduardo Paes havia deixado foliões em suspense ao dizer que apenas os desfiles da Sapucaí estavam confirmados, enquanto a autorização para os blocos dependia de análise. Agora, com as novas indicações do comitê, a Riotur anunciou, inclusive, que na próxima segunda-feira libera a lista dos cortejos autorizados a tomar as ruas.

A recomendação que, por enquanto, abre alas aos desfiles foi dada numa reunião ordinária do comitê na última segunda-feira. “O CEEC, fundamentado no cenário epidemiológico favorável (números de casos e internados e percentual de positividade de testes) e com 80% de cobertura vacinal, na análise dos dados de todos os eventos com aglomeração no país e no Rio de Janeiro, e sustentado pelas evidências científicas disponíveis, recomenda à Secretaria municipal de Saúde que não estabeleça, nesse momento, qualquer restrição à realização do carnaval carioca”, afirma o documento do comitê.

Os especialistas orientaram ainda “que todo o processo de monitoramento do cenário epidemiológico deve ser mantido em vigilância”. Já o prefeito, após o anúncio, foi às redes sociais para reforçar que a decisão leva em consideração o “cenário atual” da pandemia.

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A mudança de rumos, porém, não desobrigará o cumprimento de normas sanitárias. Se o carnaval fosse hoje, a apresentação do passaporte de vacinação seria obrigatório tanto para componentes das escolas quanto para o público na Sapucaí. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, no entanto, diz que o comitê recomenda que os blocos de rua poderão sair sem qualquer medida sanitária adicional, valendo as regras atuais.

“Hoje, não são exigidas máscaras em ambientes abertos. E blocos desfilam na rua”, argumentou o secretário.

Soranz lembra que há 17 semanas os índices da Covid-19 no Rio estão em queda, com 19 pessoas internadas na cidade devido a complicações da doença. Além disso, ele diz não haver evidência, até agora, de casos graves provocados pela variante Ômicron em quem foi imunizado há menos de seis meses. A maior parte da população, ressalta Soranz, completou o ciclo antes desse prazo.

“Temos 99,9% da população da cidade protegida com a primeira dose e 80% da população total com a segunda dose. Além disso, 25% já tomaram a dose de reforço, ampliando essa proteção.”, alegou o secretário.

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, diz esperar que, com o avanço da vacinação até fevereiro, sequer haja necessidade de exigências mais restritivas no carnaval. No entanto, ele ratifica medidas que pretende pôr em prática para tentar evitar que componentes das escolas entrem na Sapucaí sem proteção:

“Vamos orientar as escolas para que só entreguem as fantasias mediante a apresentação pelo componente do comprovante da vacina. Essa orientação também valerá para as alas comerciais (que vendem fantasias ao público em geral).”, informou.