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China diz que guerra tarifária ‘não tem vencedor’ e que vai ‘revidar até o fim’ se Trump insistir

O Ministério do Comércio da China afirmou que o país “vai revidar até o final” caso os Estados Unidos continuem a impor tarifas sobre as importações. A declaração vem após a ameaça de Donald Trump de taxar em 50% os produtos chineses.

O comunicado, divulgado na madrugada desta terça-feira (8) pelo horário local, noite desta segunda no horário de Brasília, afirmou que a imposição das chamadas “tarifas recíprocas” pelos EUA contra a China é “completamente infundada e representa uma típica prática unilateral de intimidação”.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reforçou a visão de que ninguém ganha em uma guerra comercial.

“Não há vencedores em uma guerra comercial ou uma guerra tarifária. O protecionismo não oferece saída”, disse.

“Se [os EUA] persistirem em desconsiderar os interesses comuns de ambos os países e da comunidade internacional e insistirem em escalar o conflito comercial e tarifário, a China, como sempre, lutará até o fim”, completou.

Trump deu o prazo até as 13h no horário de Brasília para a China retirar as tarifas de 34% sobre produtos americanos.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% sobre seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os EUA imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, publicou Trump em sua rede social.

“Além disso, todas as negociações com a China sobre suas reuniões solicitadas conosco serão encerradas”, afirmou no post.

Mais cedo, a China já havia ameaçado aumentar a retaliação contra os EUA, em resposta à ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações chinesas.

Segundo a Associated Press, o governo chinês afirmou que pretende “tomar contramedidas de forma resoluta para salvaguardar seus próprios direitos e interesses”.

A China já adotou tarifas retaliatórias e o ministério deu a entender que mais medidas poderão ser tomadas.

“As contramedidas tomadas pela China visam salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, além de manter a ordem normal do comércio internacional. Elas são completamente legítimas”, afirmou o Ministério do Comércio.

“A ameaça dos EUA de escalar as tarifas contra a China é um erro sobre outro erro e expõe mais uma vez a natureza de chantagem dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem em seguir por esse caminho, a China lutará até o fim”, finalizou.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lin Jian, colocou em dúvida as tentativas de diálogo por parte dos EUA em coletiva de imprensa. “Não creio que o que os EUA fizeram reflita uma disposição para o diálogo sincero. Se eles realmente quiserem isso, devem adotar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuos”, disse.

Mercados se recuperam após colapso

As principais bolsas de valores asiáticas se recuperaram da sequência de fortes quedas e fecharam em alta nesta terça, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subir o tom na guerra comercial contra a China.

Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas:

Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,51%
CSI 1000, da China, subiu 0,61%
Nikkei 225, do Japão, subiu 6,01%
Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,26%
Nifty 50, da Índia, subiu 1,69%

Na segunda, os índices em todo o mundo despencaram em razão do tarifaço de Trump e da retaliação chinesa.

Por g1

Foto: Reprodução/Reuters