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Com crise de violência policial, Tarcísio diz que mudou de ideia e defende câmera na farda da PM

Após uma série de casos recentes de violência policial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu nesta quinta-feira (5) que “tinha uma visão equivocada” sobre o uso de câmeras corporais na farda dos policiais militares e disse que hoje está “completamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial”. Ele acrescentou que não apenas vai manter o programa como o ampliará.

Você pega a questão das câmeras: eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tive. Não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje estou completamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa. E tentar trazer o que tem de melhor em termos de tecnologia.
— Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Os policiais militares de São Paulo já usam câmeras nas fardas, mas a Polícia Militar de São Paulo se prepara para passar a adotar um novo modelo de câmera corporal nas fardas em que a gravação de vídeos pode ser acionada pelo próprio policial. Atualmente, as câmeras usadas gravam automaticamente.

O governador disse que o novo modelo só entrará em operação depois de testadas todas as funcionalidades.

“Se ele [o PM] esquecer de acionar [a gravação da câmera], tem o acionamento remoto. E a gente vai testar todas as funcionalidades, porque elas não entram em operação até que todas essas funcionalidades deem segurança pra nós”, afirmou.

Segundo ele, enquanto isso, o uso das atuais será prorrogado “até que a gente forme convicção que a gente está com um produto nas mãos e que vai atingir a finalidade a que se destina”.

Sem mudanças no comando
O governador disse ainda que “é hora de ter humildade e dizer: ‘pô, tem alguma coisa que não tá funcionando'”. No entanto, ele disse que não tem planos de fazer mudanças na Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo ou na Polícia Militar e defendeu a manutenção de Guilherme Derrite no comando da SSP. “Vou confiar no meu time”, afirmou.

Tarcísio disse ainda que “o discurso de segurança jurídica que a gente precisa dar para os agentes de segurança combaterem o crime de forma firme não pode ser confundido com salvo conduto para fazer qualquer coisa e descumprir regra. Isso a gente não vai tolerar”.

E acrescentou: “Quando a gente começa a ver reiterados descumprimentos desses procedimentos, a gente vê que há de fato transgressão disciplinar, falta de treinamento. São coisas que chocam todo mundo, chocam a gente também. A gente fica extremamente chateado, triste”.

O governador mudou o tom das suas declarações um dia após defender a atuação da sua gestão na segurança pública. Na terça-feira (4), ao ser questionado se considerava que seu secretário da área, Guilherme Derrite, fazia um bom trabalho, Tarcísio respondeu: “Olha os números que você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]”.

Por g1

Foto: Reprodução/TV Globo