Em bate-papo no Programa Altos Papos desta segunda-feira, 02, a epidemiologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia, Adriana Dourado, afirmou que a cobertura vacinal de influenza e sarampo na Bahia estão extremamente baixos e que a imunização é importante para evitar que novos surtos aconteçam.
“Para crianças menores de 5 anos, [a cobertura vacinal contra o sarampo] está em torno de 4%. Até o final da campanha a gente precisa alcançar uma cobertura de 95% para esse grupo, que é a cobertura recomendada pela Organização Mundial da Saúde, para o processo de eliminação do sarampo. Nós perdemos o certificado internacional de zona livre do sarampo em 2016, e agora a gente tem uma meta de eliminar a circulação do vírus do sarampo no país, e para isso a gente precisa alcançar realmente níveis de cobertura vacinais mais elevados.”, afirmou.
Na campanha contra a influenza, 15% do público alvo está imunizado, até esta segunda-feira. A meta é vacinar pelo menos 90% dos grupos prioritários, formados por cerca de 5 milhões de pessoas na Bahia. Devem ser imunizadas crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade, gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos a partir dos 60 anos, professores, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores portuários e do transporte coletivo, funcionários do sistema prisional e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
A partir desta semana, a vacinação das crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade passará a ser contemplada, e todas deverão receber uma dose da vacina tríplice viral, independentemente da situação vacinal, considerando apenas o intervalo mínimo de 30 dias em relação a última dose da vacina contra o sarampo. Na Campanha Vacinação de Trabalhadores da Saúde contra o sarampo deve ser feita a vacinação seletiva dos trabalhadores. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia optou por ampliar a estratégia de vacinação nesse público alvo, através da vacinação indiscriminada, considerando apenas o intervalo mínimo de 30 dias em relação à última dose de sarampo.
A epidemiologista convocou a população para ir aos postos de saúde para minimizar o risco de adoecimento e, consequentemente, reduzindo ou eliminando os bolsões de não vacinados. “A gente não pode baixar a guarda em relação a questão da prevenção para esses vírus, tanto o sarampo quanto a influenza, são vírus respiratórios, que podem realmente levar as situações de gravidade, internamentos e óbitos pela doença, e também são vírus que tem potencial para levar a surtos e epidemias”