O risco de amputação das pernas de uma criança venezuelana da etnia Warao, por desnutrição grave decorrente de tuberculose, levou a 1ª Defensoria Pública Regional a pedir à Justiça o bloqueio de R$ 1 milhão das contas do Governo do Estado e da prefeitura de Feira de Santana para custear o tratamento.
A informação foi antecipada ao Altos Papos, pelo defensor público Maurício Moitinho, da área da Fazenda Pública e autor da ação, nesta sexta-feira, 24.
De acordo com Moitinho, a menina, de prenome Allyce, é uma das 12 pessoas de um grupo de mais de 70 da etnia Warao, entre adultos e crianças, que moram em situação de miséria, numa vila no bairro Mangabeira desde 2020 e foram diagnosticadas recentemente com desnutrição.
“Foi feita uma avaliação nutricional através do Núcleo Regional de Saúde, onde mais de 70 indígenas foram pesados, entre eles, Allyce, e sabemos que neste exato momento, subiu de 3 para 12 o número de Waraos com desnutrição, existindo o risco de morte associada à tuberculose. Eu requeri o bloqueio de R$ 1 milhão para garantir que o serviço à Allyce fosse prestado na iniciativa privada, e para que assim ela não perca as duas pernas e venha à óbito. Porque nem o Estado quanto o município quiseram dizer quanto custava, mas soubemos através da assessoria médica e do departamento jurídico do Hospital São Rafael [em Salvador], que esse tratamento é experimental do ponto de vista científico. Ou seja, só pode ser prestado em ambiente científico, motivo pelo qual ele precisa ser fornecido pelo Hospital da UFBA [Universidade Federal da Bahia]”, explicou o magistrado.
O Altos Papos entrou em contato com as Secretarias de Saúde do Estado e do município para comentar o assunto, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.
Foto: Taiuri Reis/Altos Papos