Altos Papos

Dengue: atendimento adequado é mais importante que vacina, explica ex-presidente da Anvisa

O médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Claudio Maierovitch, afirmou ao programa Altos Papos, nesta terça-feira (11), que o número de mortes por dengue no Brasil poderia ser muito menor se o atendimento básico aos pacientes fosse oferecido de forma adequada.

“Não deveríamos ter um número de mortes tão grande por dengue. Se o atendimento às pessoas com dengue fosse feito de maneira adequada sempre, boa parte dessas mortes não ocorreria. Teria um efeito mais importante do que a utilização de uma vacina, nesse momento”, disse Maierovitch.

Em março deste ano, a vacina Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., foi aprovada pela Anvisa, mas o imunizante ainda não está disponível no Brasil. Outras etapas ainda precisam ser concluídas, segundo o médico, para que a vacina que previne contra a dengue seja oferecida aos brasileiros. 

“Essa vacina aprovada oferece proteção contra os 4 tipos de dengue. Estudos demonstram uma proteção muito boa contra os tipos 1 e 2, uma proteção menor contra o tipo 3 e ainda existem dúvidas maiores quanto à eficácia contra o tipo 4”, explicou o médico.

Em 2022, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.016 mortes por dengue. Foi o maior número de óbitos pela doença, desde a década de 1980, quando a arbovirose ‘ressurgiu’ no país e começou a ser mais frequente, com ciclos de maior e menor intensidade.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil