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Dois homens são presos suspeitos de envolvimento com incêndios criminosos em Feira de Santana

Dois homens foram presos suspeitos de envolvimento com incêndios criminosos ocorridos em Feira de Santana, há quase três meses. Com essas detenções, todos os oito investigados pela ação foram localizados, de acordo com a Polícia Civil (PC). Nenhum deles teve nomes divulgados.

O caso ocorreu na madrugada de 13 de setembro. O fogo atingiu um galpão comercial e duas lojas de produtos chineses em Feira de Santana. Ninguém ficou ferido, contudo, os prejuízos ultrapassaram os R$ 15 milhões.

Na terça-feira, 10, policiais civis do estado do Rio Grande do Norte, por meio da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Deicor), em cooperação com a Polícia Civil da Bahia, prenderam um homem de 38 anos, suspeito de envolvimento com o crime. A prisão aconteceu no município de São José de Mipibu. Ele foi conduzido à Central de Flagrantes de Natal, onde permanece à disposição do Poder Judiciário.

Um dia antes, na segunda-feira, 9, após investigações realizadas por equipes policiais da 1ª Delegacia Territorial (DT/Feira de Santana), com o apoio do Núcleo de Inteligência e da Coordenação de Apoio Técnico e Tático à Investigação (Catti/Sertão), um homem de 22 anos foi capturado através do sistema de reconhecimento facial na estação de metrô Águas Claras, em Salvador.

Havia contra ele um mandado de prisão expedido pela justiça local. O homem foi encaminhado à custódia da Polícia Interestadual (Polinter) e está à disposição da Justiça.

As ações fazem parte da última etapa da “Operação Huǒlóng: Dragão de Fogo”, que contou com a quebra de sigilos bancário e telefônico, além do bloqueio de bens de todos os acusados, segundo o delegado João Uzzum.

A operação Dragão de Fogo contou com o apoio da Coordenação de Laboratório Contra a Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), integrada ao Departamento de Inteligência Policial (DIP). Além disso, houve a colaboração das polícias civis dos estados da Bahia, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Histórico

Um incêndio de grandes proporções atingiu um galpão comercial e duas lojas de produtos chineses em Feira de Santana, de forma simultânea, fato inusitado que chamou a atenção da polícia. Outro indício no momento da perícia foi uma garrafa pet com resto de gasolina encontrada em um dos locais queimados.

Todas as mercadorias foram perdidas nos três espaços, que pertencem ao mesmo empresário, um chinês identificado como Wang, que vive na cidade há 13 anos. As lojas ficam no Centro de Feira de Santana, enquanto o galpão fica no bairro Pedra do Descanso e armazenava produtos que eram vendidos nos estabelecimentos comerciais.

“No galpão, a maior parte da mercadoria era de eletrônicos. Tinha por volta de R$ 3 milhões em mercadoria e perdeu tudo”, contou Marlom Reis, sócio do asiático, na época do crime. [vídeo abaixo]

Responsável por galpão atingido por incêndio detalha perda de produtos em cidade na Bahia

Conforme a Polícia Civil, as investigações apontam que o crime foi financiado por um empresário chinês, que mora em São Paulo e é proprietário de uma empresa de importação e exportação. Ele teria pago R$ 50 mil para a execução dos incêndios em Feira de Santana.

De acordo com com o delegado João Uzzum, as transferências financeiras entre os envolvidos, realizadas via PIX, foram rastreadas pelos investigadores, e contribuiu para identificar a dinâmica do crime.

A motivação está relacionada a uma rivalidade comercial entre o mandante e as vítimas, empresários chineses residentes no município.

No dia 19 de novembro, três homens foram presos suspeitos de envolvimento com a ação, em Feira de Santana. O trio teria sido responsável pelo planejamento do crime, juntamente com o mandante.

Dois dias depois, o mandante foi detido. O chinês foi alcançado em um trecho da BR-324, na altura do Parque de Exposições de Feira de Santana. Com ele, foram encontraram duas pistolas Glock e a quantia de R$ 3.200 em espécie.

Um cabo da Polícia Militar (PM) de São Paulo, que também foi localizado, foi indiciado como intermediário na contratação dos executores. O agente articulou a participação de quatro envolvidos, sendo responsável pela coordenação da operação criminosa.

Por G1

Foto: reprodução/TV Subaé