Altos Papos

Empresas de home care negam, pela sexta vez, serviço a bebê internada desde o nascimento

Agatha Vitória Santos Almeida, de apenas seis meses, nunca foi para casa, desde que nasceu. A bebê de Feira de Santana, está internada no Hospital Estadual da Criança e sofre de Hipotomia, uma diminuição do tônus muscular. A família de Agatha busca, através do SUS, o serviço de home care para conseguir finalmente ir para casa. Mas, até o momento, as seis empresas que avaliaram o caso informaram que é inviável a prestação do serviço porque a residência da paciente é na zona rural.

A busca pelo serviço começou em dezembro de 2021. Segundo a mãe da criança, Simone Almeida, 35 anos, a casa onde a família mora, no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, já está adaptada e com equipamentos comprados para a realização dos procedimentos que Agatha precisa. 

“Tenho medo da minha filha pegar covid. Ela já teve infecção no hospital por causa do tempo que ficou internada. Além disso, eu tenho outros dois filhos que preciso cuidar e, durante esse tempo, estão sendo cuidados por outras pessoas.”, desabafa Simone.

Em nota enviada ao Portal Altos Papos, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) informou que o processo de desospitalização de Agatha está sendo avaliado pela sétima empresa de home care prestadora de serviços ao SUS e que está buscando uma solução para o problema. 

“Apesar de clinicamente estável, o quadro da paciente se torna complexo em virtude de sua idade, menos de sete meses de vida, e do agravo (hipotonia), que requer equipe técnica multidisciplinar especializada em oferecer suporte ventilatório para a manutenção de sua vida. […] Apesar dos fatores limitantes, a Sesab vem tentando buscar uma solução para que a criança possa sair do hospital, sempre resguardando a segurança e manutenção de sua vida.”, informa a nota. 

O Serviço de Atenção Domiciliar da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Feira de Santana, que realiza visitas semanais aos domicílios, com uma equipe multidisciplinar, e orienta o cuidador a realizar os procedimentos necessários para aquele paciente na ausência da equipe, também avaliou a situação de Agatha. Mas concluiu que o serviço de Home Care, que é ofertado através da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e não pelo município, é o mais adequado para o caso.

A SMS informou também que está à disposição se houver alguma alteração do quadro clínico e necessidades da paciente.