Altos Papos

Endocrinologista alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de emagrecedores

A taxa de obesidade disparou na última década no Brasil, que hoje é o maior motor de crescimento dos tratamentos para perda de peso no mundo, em decorrência disso o uso de medicamentos para emagrecer tem se tornado cada vez mais comum, principalmente entre os mais jovens.

No último sábado, a recepcionista Bartira da Silva Gonçalves, de 27 anos, foi a óbito em Feira de Santana, Bahia,  sob suspeita de ter passado mal após ingestão de um produto que promete emagrecimento. Ela foi socorrida para uma policlínica da cidade, mas não resistiu.

Em entrevista ao Programa Altos Papos, a médica endocrinologista, Dra. Ana Mayra Oliveira, relata que existem casos de obesidade em que a medicação é indicada, entretanto isso só deve ser feito por um profissional. “O primeiro ponto do risco de automedicação é que todo tratamento, sobretudo de obesidade, é individualizado. Todas as medicações éticas passam por fases de desenvolvimento, onde se estuda eficácia e a segurança. O uso de uma medicação tem que ter esse equilíbrio.”, justifica. 

Outro ponto que a endocrinologista chama a atenção é em relação aos efeitos colaterais que algumas dessas medicações podem apresentar. “A obesidade é uma doença, que para ser tratada muitas vezes é  preciso unir um estilo de vida saudável a uma medicação. A gente avalia se o paciente precisa usar ou não. Até porque, algumas dessas medicações apresentam efeitos colaterais como agitação, insônia, náuseas, entre outros. Por isso o acompanhamento profissional é importante, para que observemos o desenvolvimento do tratamento e para interrompermos em casos assim.”, ratifica. 

Dra. Mayra conclui alertando que combater a obesidade é um trabalho multidisciplinar e fórmulas milagrosas além de entregar um resultado inconsistente, ainda  coloca a vida de quem faz uso em risco. “Muitos desses produtos que oferecem um corpo maravilhoso, num curto espaço de  tempo, não passaram por fases de estudo. Para combater a obesidade e evitar um efeito rebote, é necessário um novo estilo de vida, que de fato vai ajudar a garantir uma manutenção desse novo peso”, conclui.