O ex-vereador de Feira de Santana, e sargento da reserva da Polícia Militar, Josafá Ramos, deixou o Batalhão de Choque da corporação que fica em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. Ele estava preso desde o dia 17 de março, por suspeita de envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília (DF), e foi solto no sábado, 6.
Na ocasião, Josafá foi alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), que cumpriu 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão em todo o Brasil. A PF apreendeu o celular do ex-vereador, mas não detalhou a participação dele nos atos.
De acordo com o advogado Hércules Oliveira, que representa Josafá, a liberdade foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Alexandre de Moraes, no último dia 2 de maio, contudo, o ex-vereador precisou aguardar até sábado, 6, para deixar o Batalhão de Choque, porque só poderia sair com tornozeleira eletrônica.
“A prisão preventiva foi revogada no dia 2, às 21h, mas, por questões técnicas e burocráticas só foi cumprida ontem. Existia um equívoco na decisão, pois, determinava que a tornozeleira deveria ser colocada em Brasília”, comentou o jurista.
Josafá chegou em Feira de Santana às 20h30 e está na casa onde vive com a família. Além do uso da tornozeleira, ele também teve o porte de arma suspenso e precisou devolver o passaporte. O investigado se comprometeu a comparecer semanalmente na Vara de Execuções Penais de Feira e foi proibido de:
- Sair da comarca sem ordem judicial;
- Manter contato com outros investigados;
- Sair de casa à noite, nos fins de semana e feriados;
- Usar redes sociais.
“Todas as medidas cautelares previstas pelo STF foram cumpridas. Ele vai responder ao processo em liberdade e agora vamos aguardar os próximos passos, para vermos qual linha que a defesa vai seguir”, disse Hércules.
Em uma das redes sociais, Josafá Ramos tinha mais de 5 mil seguidores e se descrevia como bacharel em direito, integrante da Polícia Militar desde 1991 e há dois anos no 35º Batalhão de Infantaria (35° BI) do Exército.
O ex-vereador costumava fazer publicações em apoio ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na parte destinada à biografia, ele escreveu: “E se for crime não aceitar ladrão na frente da nação?”.
Por G1
Foto: reprodução/redes sociais