O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi oficializado nesta segunda-feira, 15, como candidato do Partido Republicano à Casa Branca. O evento, que aconteceu em Wisconsin, foi a primeira aparição pública de Trump após o atentado. Em entrevista ao programa Altos Papos, o professor de Relações Internacionais Alexandre Pires, do Ibmec SP, avaliou que o ataque contra o político americano deve torná-lo favorito na eleição.
“O principal efeito é um favoritismo para o Trump. Os estados que costumam ser decisivos, chamados de ‘swing states’, que uma hora votam nos Democratas e outra hora nos Republicanos, podem ser vencidos por Trump, que já vinha adquirindo esse favoritismo. Agora, por causa dessa comoção e da forma como ele agiu, o favoritismo cresce e ele tem mais cartas na manga. Por outro lado, Biden fica mais restrito em suas estratégias e precisará manter uma certa cordialidade com Trump, o tratamento não poderá ser tão duro como vinha sendo”, afirmou.
Após o atentado ocorrido no último sábado, 13, diversas informações falsas circularam na internet, incluindo a identidade do atirador, que, segundo o FBI, foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. Ainda de acordo com Alexandre, há possibilidade de uma falha na política de segurança do Serviço Secreto, mas que as teorias conspiracionistas sobre encenação não fazem sentido.
“A investigação já foi transferida para o FBI. Inclusive, o Serviço Secreto mostrou uma grande falha, não no sentido conspiracionista, mas no sentido de que a política de segurança deve assegurar que prédios e áreas de alcance sejam devidamente controlados. Porém, essas teorias de conspiração de que houve uma encenação não fazem sentido. Há fotos tanto da bala no ar quanto da orelha dilacerada, o que demonstra o nível de radicalismo político que o mundo está vivendo hoje, com pessoas conseguindo distorcer a realidade mais evidente”, afirma.
Foto: divulgação/ Ibmec SP
