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Fux manda PGR se manifestar sobre indiciamento de Janones

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o deputado André Janones (Avante-MG).

O prazo para manifestação é de 15 dias.

A PGR pode:

  • oferecer uma denúncia,
  • pedir o arquivamento do inquérito
  • ou opinar pelo aprofundamento das investigações.

Qual é a acusação contra Janones?

Janones foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, peculato e corrupção passiva na investigação que apura um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

O relatório final do inquérito foi enviado nesta quinta-feira, 12, pela PF ao STF.

Além do deputado, também foram indiciados dois ex-assessores do congressista.

Janones foi acusado por um ex-funcionário de seu gabinete de cobrar parte do salário de servidores para custear despesas pessoais. As suspeitas vieram à tona depois do vazamento de áudios com falas do deputado.

O termo “rachadinha” é usado para descrever a prática de repasse de parte da remuneração de um assessor ou servidor público para o parlamentar ou partido que emprega o funcionário.

“Eixo central”

De acordo com a investigação da PF, houve um aumento patrimonial de Janones em um patamar que seria incompatível com suas receitas.

“Nos anos próximos ao período em que a reunião foi gravada, a diferença entre as receitas e as despesas do deputado federal André Janones não seria suficiente para justificar o aumento patrimonial registrado”, diz o relatório da PF.

“Esse fato, somado com os demais elementos coletados durante a investigação, reforça o entendimento da Polícia Judiciária sobre a prática popularmente conhecida como ‘rachadinha’ no gabinete do deputado federal André Janones, a qual, salvo melhor juízo, se enquadra no crime previsto no artigo 317 do Código Penal [corrupção passiva]”.

De acordo com os investigadores, o indiciamento se baseia em provas como depoimentos, análises de inteligência financeira, de dados bancários e fiscais.

Segundo a PF, Janones é o “eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira”. A conduta criminosa teria começado de forma “coincidente” com o começo de seu mandato.

Entenda

A decisão de abrir o inquérito sobre o caso foi tomada por Fux no começo de dezembro de 2023, depois de um pedido da PGR.

A subprocuradora Ana Borges Coêlho Santos, que assinou o pedido encaminhado ao STF na ocasião, afirmou que era necessário esclarecer se Janones se associou a assessores com o objetivo de cometer crimes contra a administração pública.

Em uma das gravações atribuídas a Janones — reveladas pelo portal Metrópoles —, o deputado teria pedido aos funcionários uma vaquinha para ser usada nas eleições de 2020. O deputado nega qualquer irregularidade.

Por CNN Brasil

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados