O governo de São Paulo, o Metrô e a Defesa Civil estadual anunciaram nesta terça-feira (17) a abertura de um centro de acolhimento provisório para moradores de rua na estação Dom Pedro II, no Centro de São Paulo, nas noites mais frias do ano.
A ação chamada “Noites solidárias” aconteceu pela primeira vez no inverno do ano passado, quando as temperaturas chegaram a 6º C, e, neste ano, terá capacidade de abrigar cerca de 100 pessoas nas dependências da estação, sempre a partir das 19h.
De acordo com o Fundo Social de São Paulo, o abrigo na estação Dom Pedro II, da Linha 2- Vermelha, começa já nesta terça-feira (17) e terá também distribuição de sopa e bebidas quentes aos abrigados, por meio do programa Bom Prato móvel.
No ano passado, cerca de 50 moradores em situação de rua se abrigaram diariamente na estação de Metrô Dom Pedro II. Foi a primeira vez na história que o Metrô abriu as portas para acolher sem-tetos.
A estrutura montada no local tinha a capacidade para acolher até 400 pessoas, mas houve baixa adesão dos sem-teto. Na primeira noite, mais de 300 colchões ficaram empilhados e disponíveis para quem chegasse.
O pedido de abertura do Metrô para os moradores de rua foi feito ao governo pelo padre Júlio Lancelloti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, que também abrirá a Casa de Oração do Povo da Rua, na Luz, e a São Miguel Arcanjo, na Mooca, para receber a população carente nos próximos dias.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de SP (Alesp), deputado Emidio de Souza (PT), também enviou um ofício ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) solicitando a liberação das estações de metrô para receber as pessoas em situação de rua, a exemplo do ano passado.
O último Censo da População de rua, divulgado em janeiro, mostra que quase 32 mil pessoas moram nas ruas da cidade, um aumento de mais de 30% em dois anos.
De acordo com a prefeitura, a cidade tem pelo menos 526 pontos de concentração de crianças e adolescentes em situação de rua.
Abertura de vagas em albergues
Para enfrentar o frio intenso que chega nesta semana, a Prefeitura de São Paulo também detalhou parte do plano elaborado para tentar abrigar quem vive em situação de rua.
Na capital, cerca de 2.000 vagas foram abertas em centros esportivos, albergues e hotéis. Mesmo assim, muita gente vai ficar ao relento já que a conta não fecha: são quase 32 mil pessoas que estão pelas ruas.
A prefeitura disse também que vai montar dez tendas, espalhadas em pontos de grande concentração de pessoas em situação de rua, para servir sopa e agasalhos e deixar profissionais da saúde de prontidão.
