A Hungria aprovou nesta segunda-feira (26) a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A aprovação era a última que faltava para a entrada oficial do país nórdico na organização militar.
O parlamento húngaro aprovou a entrada da Suécia após adiar a decisão durante mais de 18 meses. Para ingressar na Otan, era preciso a aprovação de todos os integrantes da organização. A votação teve 188 votos a favor e seis contra.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, classificou esta segunda como um dia histórico e escreveu nas redes sociais que: “estamos prontos para assumir a nossa parte de responsabilidade pela segurança da OTAN”.
Agora, é necessária uma assinatura presidencial para endossar formalmente a aprovação da candidatura sueca à Otan o que é esperado que aconteça nos próximos dias.
Em seguida, a Suécia se tornará oficialmente o 32º membro do acordo militar.
O que muda com a Suécia na Otan?
Com a Suécia participando da Otan, toda a costa do Mar Báltico fará parte do território da aliança – com exceção da costa da Rússia e seu exclave de Kaliningrado. Ou seja, no caso de um ataque russo, por exemplo, seria mais fácil defender os países bálticos.
Além disso, o exército sueco e todo equipamento militar do país também vão pertencer a Otan. Apesar do país ser pequeno – ter uma força militar de aproximadamente 50 mil pessoas (sendo metade reservista) –, Simon Koschut, que ocupa a cadeira de política de segurança internacional na Universidade Zeppelin em Friedrichshafen, na Alemanha, afirmou à agência DW que “os suecos têm um exército muito moderno, em particular uma força aérea moderna de fabricação própria”.
O país também é conhecido por sua potência marítima com submarinos. Tanto que já participaram de algumas missões da Otan, como no Afeganistão. Segundo o especialista, a localização geográfica do país é a principal razão pela qual a adesão da Suécia à Otan seria tão atraente.
Para a Suécia, a grande mudança está relacionada ao Artigo 5 do tratado da Otan, que diz que um ataque armado contra um país da organização é considerado um ataque contra todos. Quando isso acontece, a aliança militar se compromete a prestar assistência.
Outra vantagem é que os suecos seriam membros plenos do Conselho da Otan, o principal órgão de decisão da aliança, e teriam direito de veto — como a Hungria que barrou até então a entrada do país.
Porém, Deborah Solomon, da Sociedade Sueca de Paz e Arbitragem, em entrevista à BBC, afirmou que o país pode perder a figura de pacificador e de liderança na luta pelo desarmamento nuclear. Isso porque os Estados Unidos, por exemplo, pressionou diversos integrantes da organização para não participarem das negociações de desarmamento da ONU em 2019.
Por g1
Foto: Yves Herman/REUTERS