O jogador de futebol Pedro Severino recebeu alta médica nesta terça-feira (10), informou o Hospital da Unimed, em Ribeirão Preto (SP). Pedro estava internado desde o início de março, quando sofreu um grave acidente de carro.
Segundo o boletim médico, o jogador do Bragantino, durante todo o período de internação, foi assistido por uma equipe composta por neurocirurgiões, neurologistas clínicos e suporte de equipes multidisciplinares do hospital.
A unidade realizará uma coletiva de imprensa às 9h30 de quinta-feira (12) para que os médicos passem informações detalhadas sobre a recuperação de Pedro.
Cronologia da recuperação
No dia do acidente, Pedro chegou ao hospital com quadro de traumatismo craniano e em estado gravíssimo, tanto é que um protocolo de morte cerebral chegou a ser aberto, mas foi interrompido no dia seguinte. Desde então, ainda que lentamente, a recuperação só evoluiu.
Amigos, familiares, torcedores do Botafogo-SP, time que o revelou em Ribeirão Preto, e até de outros clubes, além de desconhecidos sensibilizados com o drama, se uniram em uma corrente poderosa de oração por Pedro. Para os mais religiosos, a recuperação é um milagre.
4 de março – Acidente de carro
O acidente aconteceu por volta das 6h do dia 4 de março, no km 127 da Rodovia Anhanguera (SP-330), em Americana (SP). Pedro e o amigo Pedro Castro, também jogador do Botafogo-SP emprestado ao Red Bull Bragantino, seguiam de Ribeirão Preto para Atibaia (SP) com o motorista particular Aguinaldo Romero Lago, de 57 anos.
Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que dormiu ao volante no momento da colisão e bateu contra a traseira de um caminhão. Pedro estava no banco do passageiro e teve traumatismo craniano.
4 e 5 de março – Protocolo de morte cerebral
Após o acidente, ele foi levado ao Hospital Municipal de Americana, onde, no mesmo dia, um protocolo de morte cerebral chegou a ser aberto. O procedimento reúne uma série de exames para confirmar (ou não) a perda completa e irreversível das funções cerebrais – ou seja, a morte de fato.
No entanto, um reflexo de tosse durante a retirada da sedação de no dia seguinte levou os médicos a interromperem o protocolo de morte encefálica.
6 de março – Transferência para Ribeirão
No dia 6 de março, Pedro foi transferido para o Hospital da Unimed, em Ribeirão Preto. O jogador foi de ambulância, às 8h. A viagem durou aproximadamente 3h30.
14 de março – Respira sem aparelhos
Em 14 de março, um boletim médico divulgado pelo Hospital da Unimed apontou que o atleta começou a respirar sem ajuda de aparelhos em alguns períodos do dia.
Segundo a unidade, à época, o atleta seguia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas já sem necessidade de sedativos. O quadro neurológico permanecia grave, porém estável.
24 de março – Alta da UTI
Foi no dia 24 de março que Pedro recebeu alta da UTI e foi transferido para um quarto do hospital em Ribeirão.
O boletim médico daquele dia informou que o quadro clínico do atleta era estável, e que ele respirava totalmente sem a ajuda de aparelhos.
Apesar da transferência, o quadro neurológico ainda inspirava cuidados, o que motivava a continuidade da internação, destacou o hospital.
21 de maio – Fora de risco
No último dia 21 de maio, após 80 dias de internação, Pedro acenou da janela do hospital para o grupo que rezava por ele na porta da unidade. O pai do atleta, Lucas Severino, contou que o filho não corria mais risco de morte.
De acordo com os médicos responsáveis pelo tratamento, o jogador caminha pelo quarto e responde a chamados com gestos e comunicação falada.
24 de maio – Primeira foto
Já no dia 24, a família do jogador divulgou nas redes sociais a primeira foto dele durante o período de internação. Na imagem, o jogador aparece em pé próximo à janela do hospital.
“Antes de tudo, glória a Deus. Ele é o responsável por todo esse milagre. É com muita alegria que novamente viemos falar. Depois de 80 dias, de muita angústia, muito choro, porém muitas surpresas e muitas alegrias, o Pedro está vivo e viverá!”, postou o pai, Lucas Severino, nas redes sociais.
Por g1
Foto: Lucas Severino