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Macron nomeia Gabriel Attal como novo primeiro-ministro da França

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta terça-feira, 9, Gabriel Attal para o cargo de primeiro-ministro do país, após a renúncia de Élisabeth Borne na segunda-feira, 8.

“O Presidente da República nomeou o senhor Gabriel Attal como primeiro-ministro e o encarregou de formar um novo governo”, diz a nota divulgada pelo Palácio do Eliseu no início da tarde.

Attal, de 34 anos, era o ministro de Educação francês há cerca de seis meses. Ele agora é o mais jovem primeiro-ministro da história da França e o primeiro abertamente gay.

No final da tarde de segunda-feira, a agora ex-primeira-ministra, Elisabeth Borne, apresentou sua carta de demissão após 20 meses à frente do governo.

A renúncia aconteceu em meio à tentativa de Macron de dar um novo impulso ao seu segundo mandato antes das eleições para o Parlamento Europeu e dos Jogos Olímpicos de Paris neste ano.

O presidente francês já tinha aventado em dezembro a intenção de remodelar o seu gabinete para reforçar o seu partido de centro em meio ao avanço da extrema-direita na França e na Europa.

Attal passou por vários cargos no governo desde 2018, sempre foi extremamente leal a Macron e é reconhecido por ser um bom comunicador. Ele terá como primeira tarefa trazer a Macron o impulso que até agora o governo não conseguiu no seu segundo mandato, após uma série de reformas impopulares em 2023.

O novo primeiro-ministro terá que formar o novo governo, provando que é capaz de fazer o “reset” que Macron prometeu nas declarações durante o Ano Novo, quando disse que faria uma reformulação industrial, econômica e também cívica da França.

No X, o antigo Twitter, Macron comentou a nomeação de Attal dizendo que sabe que pode “contar com a sua energia e o seu empenho” para implementar o seu projeto de “regeneração”.

Macron acredita que o jovem premiê pode ser capaz de levar a cabo as mudanças depois de ter implementado reformas no setor de educação, a despeito das críticas provocadas por seus conteúdos controversos.

O novo primeiro-ministro tem adotado medidas criticadas por partidos de esquerda e por associações de defesa dos imigrantes, como a proibição das abayas nas escolas, as túnicas usadas por mulheres muçulmanas.

Junto ao ministro do Interior, Gerald Darmanin, de 40 anos, Attal é visto como uma estrela em ascensão e um dos cotados para assumir o lugar de Macron quando ele deixar o cargo em 2027. Opositores afirmam que ambos os ministros vêm recorrendo a discursos anti-imigração e falas conservadoras para aumentar sua popularidade e frear a ascensão de membros da extrema-direita, como Marine Le Pen.

Partidos de esquerda ironizaram a reformulação do governo, dizendo que “mudar os cortesãos sem mudar o rei não mudará nada” e afirmando que, de qualquer forma, Emmanuel Macron decide tudo sozinho.

A França tem um regime semipresidencialista. Enquanto em outros países da União Europeia o presidente tem um papel quase simbólico e o primeiro-ministro concentra as principais funções do governo, na França o chefe de Estado é quem assina os tratados mais importantes e representa o país no exterior. Nas últimas décadas, alterações na Constituição francesa reforçaram ainda mais os poderes do presidente.

Por CNN Brasil

Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes