A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, abandonou nesta terça-feira (27) uma audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado após uma série de discussões acaloradas com os senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM).
Marina havia sido convidada pela comissão para falar sobre a criação de uma unidade de conservação marinha na Margem Equatorial, região de interesse para exploração de petróleo. Ainda no início da sessão, ela se desentendeu com o presidente do colegiado, Marcos Rogério, que cortou repetidamente seu microfone e a impediu de concluir falas. A ministra reagiu afirmando que o senador esperava que ela fosse “uma mulher submissa” e completou: “E eu não sou”.
Em resposta, Rogério mandou Marina se “pôr no seu lugar”, gerando protestos na sala. Ele depois tentou amenizar a declaração, dizendo que se referia ao “lugar de ministra de Estado”.
Logo após, Marina também se envolveu em uma discussão com o senador Plínio Valério, que disse que estava “vendo uma ministra” e “não uma mulher”. “Eu não estou falando com a mulher. Eu tô falando com a ministra”. A ministra rebateu: “Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas”.
Na sequência, Valério declarou: “Porque a mulher merece respeito, a ministra, não”, o que gerou reação imediata de outros senadores. Marina relembrou então que, em março, o senador afirmou ter vontade de enforcá-la — declaração que, à época, foi criticada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
A ministra exigiu um pedido de desculpas para permanecer na sessão. “Como eu estou convidada como ministra, ou ele [Plínio Valério] me pede desculpas, ou eu vou me retirar. Se como ministra ele não me respeita, eu vou me retirar. O senhor me peça desculpas e eu permaneço. Se não pede desculpas, eu vou me retirar”, afirmou. Como não houve retratação, Marina se retirou.
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Por: Metro1