A cidade de São Bernardo do Campo, na Grande SP, tem mais um caso suspeito de morte por contaminação de metanol em bebidas alcoólicas. O novo óbito está sendo investigado pela Secretaria Municipal de Saúde e ainda não foi notificado oficialmente às autoridades de saúde do estado.
Segundo o secretário municipal de Saúde de São Bernardo, Jean Gorinchteyn, trata-se de um homem de 49 anos que morreu em casa na noite de terça-feira (30), no bairro de Rudge Ramos.
“Durante a noite nós recebemos a informação de que um homem de 49 anos, com exposição à bebida alcoólica, que evoluiu de forma súbita à morte na sua residência. Portanto, todas as nossas equipes de vigilância sanitária já estão articuladas para melhor compreensão e, ser for o caso, notificar para as autoridades estaduais. É um caso altamente suspeito”, disse Gorinchteyn ao Jornal Hoje, da TV Globo.
O secretário afirmou que, além da nova morte, São Bernardo já notificou mais três novos casos suspeitos de pacientes intoxicados por metanol às autoridades do estado.
As três pessoas estão internadas no Hospital de Urgência de SBC. No total, a cidade de SBC tem 13 casos suspeitos em investigação, segundo a pasta.
Desse total, são quatro mortes suspeitas e oito pessoas casos de intoxicação de pessoas ainda internadas.
Governo de São Paulo cria força-tarefa para apurar intoxicação por metanol
Segundo o balanço da Secretaria Estadual da Saúde do estado divulgado nesta quarta-feira (1°), subiu para 25 os casos suspeitos de intoxicação por metanol em São Paulo.
A pasta diz que 18 deles estão em investigação e 7 já foram confirmados como intoxicação por metanol.
Sem considerar essa morte ainda não notificada em São Bernardo, o estado continua contabilizando cinco óbitos por suspeita de intoxicação por metanol. Quatro casos ainda são suspeitos (3 na capital e 1 em SBC) e uma confirmada (na capital).
Diante da situação, o governo estadual montou um gabinete de crise e determinou a interdição cautelar de todos os estabelecimentos onde foram identificados casos de consumo de bebidas “batizadas”.
Números atualizados pela Secretaria da Saúde:
7 casos confirmados de intoxicação;
18 casos suspeitos em investigação;
Total: 25 casos suspeitos notificados
Entre esses 25 casos, há:
1 morte confirmada por intoxicação por metanol com bebida adulterada na capital;
4 mortes sob investigação (3 na capital e 1 em SBC).
Como ocorre o batismo das bebidas: Falsificadores pegam as garrafas de marcas famosas de bebidas alcoólicas, como gin e vodca, e adulteram o conteúdo, acrescentando metanol. Em seguida, o produto é comercializado.
O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.
Segundo Tarcísio, nos últimos dias, as autoridades apreenderam 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e 15 milhões de selos fraudados durante operações.
Há de fato um problema estrutural que não é só do estado de São Paulo, é do Brasil. Temos que pensar como fazer a fiscalização e diminuir a incidência dessas bebidas adulteradas, clandestinas.
— Tarcísio de Freitas, governador de SP
Mais cedo, em Brasília, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que a Polícia Federal abriu uma investigação para apurar a origem do metanol usado para batizar bebidas alcoólicas no estado de São Paulo.
Segundo ele, é possível que essa rede de distribuição da substância atue também em outros estados.
Por g1
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