A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro vai processar o pastor evangélico Wilson Félix da Silva por discurso de ódio contra religiões de matrizes afro-brasileiras. Félix teria associado a representação de Iemanjá a “sorte de coisas maléficas que possam ocorrer” ao município de Mangaratiba, cidade a 85 km da capital carioca.
O Ministério Público Federal pede que o pastor pague uma indenização de R$100 mil por “violações aos direitos fundamentais”. A Procuradoria aponta violação de direitos de “grupos historicamente vulnerabilizados pela intolerância religiosa e pelo racismo cultural”.
Segundo ação levada à Justiça Federal do Rio, as ofensas atribuídas a Félix foram motivadas pela notícia de que o município de Mangaratiba inseriu o evento “Águas de Axé”, no calendário oficial da cidade, com o objetivo de “promover a cultura afro-brasileira e incentivar a reflexão e a conscientização acerca do necessário enfrentamento ao racismo, discriminações e intolerâncias”.
Um vídeo divulgado nas redes sociais também mostra o momento em que pastor convoca seus fiéis para uma “guerra espiritual”, para que a Praia de Jacareí, localizada em Mangaratiba, não se transformasse em “lama”. Uma escultura de Iemanjá havia sido colocada no local. A gravação foi apagada após a repercussão negativa do caso.
Por Metro1
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil