O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública para responsabilizar 37 ex-agentes da ditadura pela execução de Carlos Marighella, morto em 1969.
O MPF pede o cancelamento de suas aposentadorias, a restituição de gastos do Estado com indenizações a familiares e o pagamento de danos morais coletivos.
Entre os réus está o ex-delegado Sérgio Paranhos Fleury, que comandou a operação que resultou na morte de Marighella.
O MPF também busca a realização de um ato público de reparação à memória de Marighella.
Segundo o MPF, o crime é considerado contra a humanidade, o que impede a aplicação de anistia ou prescrição. A ação ainda destaca que o assassinato de Marighella foi parte de um ataque sistemático contra opositores da ditadura militar (1964-1985).
Quem foi Marighella?
Carlos Marighella foi um dos principais opositores da ditadura militar, liderando a Aliança Libertadora Nacional (ALN), uma organização de resistência armada ao regime.
Ele foi morto em uma emboscada organizada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em 1969, em São Paulo, sendo considerado o “inimigo público número 1” pelo regime na época.
Maria Marighella, neta do guerrilheiro, é presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pai de Maria, Carlos Augusto Marighella, estava preso no momento de seu nascimento, em 1976.
Ele foi detido em uma operação comandada pelo Coronel Brilhante Ustra, que encarcerou dezenas de militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na Bahia.
Por Agência Brasil
Foto: Aperj/Domínio Público