Em entrevista ao programa Altos Papos, nesta segunda-feira, 5, o Subsecretário de Educação do Estado de São Paulo, Patrick Tranjan, usou um artigo recém-concluído pela Universidade de Zurique e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para defender um possível retorno das aulas presenciais no estado.
O estudo argumenta que a volta às aulas, que aconteceu entre outubro e dezembro do ano passado, em São Paulo, não aumentou o índice de contaminação pela Covid-19, nos 131 municípios paulistas que decidiram abrir as unidades de ensino.
Tranjan assegura que “as escolas são ambientes mais seguros que os outros locais da sociedade”, visto que, segundo ele, é possível “rastrear de uma forma muito mais fácil e é mais fácil garantir que o protocolo é seguido”.
Em contrapartida, o professor e pesquisador da USP-Ribeirão Preto, Dalton Amorim, que é membro do Comitê Intersetorial da Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão Preto, que discute protocolos para o funcionamento presencial durante a pandemia, diz que o estudo não é credível.
“Um artigo escrito por economistas sobre pandemia. Depois, é um artigo publicado em revista científica? Não é um artigo publicado em revista científica. […] Tem cara de artigo publicado, mas não é. Ele está num repositório de textos na internet”, argumenta o professor.
Para o docente, “o problema mais sério é que a análise de risco de transmissão é feita a nível municipal e eles misturaram os dados de 131 municípios para empurrar uma conclusão de que escolas não aumentam o risco de transmissão”.
“A escola é importantíssima para criança, mas à custa da vida de quem?”, questionou.
Confira a entrevista no PodCast Altos Papos.