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PF indicia Bolsonaro em inquérito das joias

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (4), no inquérito das joias — investigação que apura se ele e ex-assessores se apropriaram indevidamente de joias milionárias dadas de presente quando era presidente do Brasil.

Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

Também foram indiciados:

Bento Albuquerque

José Roberto Bueno Júnior

Julio Cesar Vieira Gomes

Marcelo da Silva Vieira

Marcos André dos Santos Soeiro

Mauro Cesar Barbosa Cid

O encerramento do inquérito é o momento em que a PF conclui quem praticou crimes – e quais foram os crimes.

O relatório final com as conclusões e os detalhes sobre os possíveis indiciamentos foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

Moraes, então, encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República — que vai analisar os resultados e decidirá se há evidências suficientes para pedir o indiciamento de Bolsonaro ou se novas diligências são necessárias.

Veja, a seguir, em detalhes, ponto a ponto dos próximos passos:

  1. Com o indiciamento, provas serão enviadas à Procuradoria-Geral da República pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
  2. Com o indiciamento em mãos, a PGR avalia as provas colhidas na investigação e decide se o material é suficiente para denunciar o indiciado, se pede o arquivamento do caso ou se pede mais investigações à polícia.
  3. Se optar pela denúncia, a PGR pode mudar a lista de crimes atribuídos ao indiciado – seja para incluir ou para retirar itens. Isto é: a lista de supostos crimes pode aumentar ou diminuir.
  4. Se houver denúncia, o STF decidirá se torna os acusados réus, manda arquivar ou envia os casos à primeira instância.

O ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou joias e presentes no exercício do mandato, e investigações da PF mostram que os itens começaram a ser negociados nos EUA em junho de 2022.

Entre elas estava um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.

Parceria com o FBI

Em abril, uma equipe da Polícia Federal esteve nos Estados Unidos para aprofundar as investigações sobre as joias.

Após a viagem, em junho, a PF informou sobre a descoberta de uma nova joia que seria “importante para as investigações sobre o grupo de Bolsonaro”. A ação foi em parceria com o FBI.

Na ocasião, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que apurava se o item foi negociado pelo grupo ligado ao ex-presidente nos Estados Unidos.

Por g1

Foto: Reprodução