Altos Papos

Policial federal que foi ‘carcereiro’ de Lula na prisão se torna seu segurança na campanha

Na passagem de Lula por Curitiba, no último sábado, 17, um de seus seguranças chamou a atenção de aliados que costumavam visitá-lo nos tempos em que ficou preso na cidade: o agente da Polícia Federal Paulo Rocha Júnior. Paulão, como é conhecido, seria só mais um profissional no grupo, não fosse a relação de amizade que desenvolveu com o petista no período em que o ex-presidente ficou atrás das grades.

Naquela época, ele era um dos agentes que se revezavam na segurança da cela de Lula, no último andar da Superintendência da PF de Curitiba. A aproximação aconteceu especialmente nos fins de semana, quando o ex-presidente estava proibido de receber visitas. Naqueles dias, os dois falavam sobre todo tipo de assunto: futebol, família, namoro, política e até Domingão do Faustão, que Lula costumava assistir.

Em 2019, o agente chegou a ser removido da função e destacado para trabalhar em uma missão em outra cidade. Na ocasião, a medida foi interpretada pelo petista e seus advogados como uma retaliação da cúpula da PF.

A escolha de Paulão e dos demais policiais que trabalham como seguranças de Lula foi feita pelos representantes da campanha petista com a PF. Segundo auxiliares do ex-presidente, o pedido para que Paulão integrasse a equipe partiu do próprio Lula. Ele faz parte da equipe coordenada pelo delegado Andrei Passos.

A ideia é que o trabalho do agente junto a Lula não pare por aí. Após o término da campanha, há chances de Paulão ser cedido para o grupo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que acompanha o petista, já que todo ex-presidente tem direito a esse tipo de serviço. Como Lula perdeu um membro de sua equipe devido a Covid, o policial pode ocupar este posto.

Por O Globo

Foto: Ricardo Stuckert/ PT