O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB) e o marido dela, o empresário Renildo Lima, foram alvos de busca e apreensão numa operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (30) que investiga compra de votos nas eleições municipais de 2024, em Roraima.
Por meio de nota, a CBF informou que recebeu agentes da PF na sede. Ressaltou que a operação “não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro” e que o presidente da entidade “não é o centro das apurações”.
A Operação Caixa Preta tem o objetivo de investigar suspeita da prática de crimes eleitorais em Roraima. O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Brasil, também foi alvo. Outros seis mandados de busca e apreensão são cumpridos na operação.
Agentes da PF estiveram na casa de Xaud e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Justiça também bloqueou R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
As investigações começaram quando o empresário Renildo Lima foi preso com R$ 500 mil em setembro de 2024, nas eleições municipais daquele ano. Parte desse dinheiro foi encontrado na cueca do empresário.
Samir e Helena são do mesmo partido, o MDB, e do mesmo grupo político em Roraima. O atual presidente da CBF chegou a ser candidato à deputado federal pelo partido em 2022, mas não foi eleito.
Samir Xaud foi eleito o 8º presidente da CBF em maio deste ano, sendo o mais novo a ocupar o cargo, aos 41 ano. Samir é nascido em Boa Vista e é médico de formação. É a primeira experiência de liderança administrativa no futebol. O pai Zeca Xaud é presidente da Federação Roraimense de Futebol desde 1975 – a FRF foi fundada um ano antes.
Maria Helena Teixeira Lima tem 48 anos, é de Tocantins, mas cresceu em São João da Baliza, município onde ajudou a eleger o afilhado de casamento. Está no primeiro mandado. Nas eleições de 2022 foi eleita com 15.848 votos, segunda mais votada, e única mulher de Roraima na Câmara dos Deputados.
Uma das principais empresárias do ramo de transportes em Roraima, Helena também é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). A deputada declarou R$ 10 milhões em bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022.
A Asatur, empresa da família de Helena, é uma das mais tradicionais em Roraima, com especialidade na rota entre Boa Vista a Manaus, no Amazonas, pela BR-174. Criada em 2001, é uma “empresa irmã” da Asatur Turismo. Além disso, presta serviços como fretamento e locação de veículos.
A empresa é avaliada em R$ 11,1 milhões e tem o marido de Helena, Renildo Lima, como sócio majoritário, função que divide com uma filha do casal. No site da empresa, a informação é de que há 10 agências espalhadas por Roraima — na capital e nos municípios. Além disso, a família também é proprietária da Voare Táxi Aéreo, única empresa de táxi aéreo privado do estado.
Leia a nota da CBF na integra
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que recebeu agentes da Polícia Federal em sua sede entre 6h24 e 6h52 desta quarta-feira, num desdobramento de investigação determinada pela Justiça Eleitoral de Roraima.
É importante ressaltar que a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações.
A CBF esclarece que, até o momento, não recebeu nenhuma informação oficial sobre o objeto da investigação. Nenhum equipamento ou material foi levado pelos agentes. O Presidente Samir Xaud permanece tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.
Por g1
Foto: Rafael Ribeiro/CBF