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Profissionais da Saúde Mental participam de curso de extensão na UEFS

Profissionais que atuam na rede de saúde mental de Feira de Santana vão participar de um curso de extensão que será aberto nesta quinta-feira (10), às 9h, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a instituição de ensino, por meio do Núcleo de Saúde Coletiva (NUSC).

Com duração de cinco meses, o curso tem como objetivo promover a atualização e o aprofundamento de conhecimentos na área da saúde mental, com foco em práticas e políticas de atenção psicossocial, transtornos mentais e estratégias de intervenção.

De acordo com o coordenador da Rede de Saúde Mental do município, Joadson Andrade, a formação é essencial diante das particularidades da área.

“Diferente da clínica médica, onde o profissional pode contar com exames laboratoriais e de imagem como apoio diagnóstico, na saúde mental lidamos com uma grande subjetividade. Nossas principais ferramentas são a escuta qualificada, o acolhimento e a interpretação clínica dos sinais e sintomas. Por isso, a atualização constante dos profissionais é fundamental”, destaca.

Para Joadson Andrade, o curso é mais uma demonstração do compromisso da gestão municipal com a melhoria dos serviços de saúde mental. “Trata-se de um investimento direto na qualidade do atendimento à população, por meio da valorização e capacitação dos trabalhadores da rede”, afirma o coordenador de Saúde Mental.

ESTRUTURA DA REDE

Atualmente, Feira de Santana conta com seis equipamentos voltados à saúde mental: cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e um ambulatório especializado, além do atendimento de dois psiquiatras nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mediante regulação.

Cerca de 250 profissionais atuam na rede — entre médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos, administrativos e equipe de apoio. Ao todo, aproximadamente 43 mil pacientes estão matriculados nos serviços especializados, além daqueles atendidos na atenção básica, voltada para casos mais leves.

O ambulatório de saúde mental funciona no Centro Social Urbano (CSU) e conta com uma equipe multidisciplinar composta por médico, psiquiatra, enfermeiro e psicólogo. O local realiza atendimentos individuais, terapias em grupo e acompanhamentos diversos.

Os principais diagnósticos registrados são transtornos ansiosos e depressivos — sendo a ansiedade e a depressão os mais prevalentes.

“Esses pacientes são, em geral, encaminhados pelos CAPS. Quando identificamos que o quadro não é grave, mas moderado, fazemos a referência para o ambulatório”, explica Andrade.

O atendimento no ambulatório é voltado ao público adulto. Já as crianças são acompanhadas no CAPS Infantil ou no CER-TEA, em casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“A nossa perspectiva é que, após o acompanhamento, esses indivíduos possam ser encaminhados para a atenção básica — quando se trata de um transtorno leve — ou receber alta, em caso de evolução positiva. O objetivo é garantir a reinserção social e a autonomia do paciente”, finaliza o coordenador.

Foto: Reprodução