A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma petição com informações que serviriam como provas para sustentar a denúncia de que rádios do Nordeste teriam deixado de veicular mais de 150 mil inserções de propaganda eleitoral do presidente.
Os advogados anexaram no relatório de auditoria de mídia realizado pela empresa Audiency Brasil Tecnologia LTDA. No documento, a campanha do presidente fez uma seleção para mostrar o que supostamente estaria acontecendo. Neste documento, nove rádios foram citadas, sendo cinco da Bahia e quatro de Pernambuco. Segundo as informações, 730 inserções da campanha de Bolsonaro não teriam sido veiculadas e isso beneficiaria indiretamente o candidato Lula (PT).
Entre as cinco rádios citadas da Bahia neste documento, estão uma emissora de Santo Antônio de Jesus, outra de Várzea da Roça, Poções, Itamaraju e também uma de Feira de Santana. Em Feira, a Rádio Povo teria deixado de veicular 102 inserções do presidente Jair Bolsonaro, entre os dias 7 e 14 de Outubro.
Em nota, o Sistema Pazzi de Comunicação, responsável pela Rádio Povo, declarou que não cometeu as supostas irregularidades citadas no documento. O grupo representa as rádios Povo, de Feira de Santana, e de Poções, no sudoeste baiano, que também foi mencionada no relatório. O Grupo Pazzi disse que veiculou todo o material de campanha recebido pelas coligações, como a que representa o atual mandatário da república, conforme as determinações do TSE. Segundo o comunicado, “não houve erros ou omissões nessas veiculações, que são registradas em mapas e pedidos de inserções (PIs), estes ficam à disposição para comprovar a lisura do procedimento”.
Em meio a essas denúncias, um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral que cuidava da área foi exonerado hoje (26), no início da tarde, pelo ministro Alexandre de Moraes. A saída de Alexandre Gomes Machado do quadro de funcionários da secretaria judiciária do órgão, foi publicada no Diário Oficial da União. Ele era responsável por coordenar o pool de emissoras, que é uma área do tribunal responsável pelo recebimento dos arquivos com as peças publicitárias e consequente disponibilização no sistema eletrônico do TSE, para que o material seja baixado pelas emissoras de rádio e TV.
No início da tarde, o tribunal afirmou que a exoneração faz parte das alterações que o presidente da corte tem feito em sua equipe após assumir o cargo. Porém, por volta das 16h, o TSE emitiu uma outra nota em que justifica a exoneração de Alexandre Gomes de Machado, dizendo que o servidor praticou “reiteradas práticas de assédio moral”.
O tribunal não explicou se os episódios desse suposto assédio moral teriam sido documentados ou que esses funcionários que o acusam também teriam registrado ocorrência e porque somente agora o TSE resolveu apurar a denúncia.
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