O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi exonerado do cargo após indícios de denúncias de irregularidades no leilão de compra pública de arroz importado pelo governo federal. O governo apurou que há indicativos de conexão entre Neri e um dos intermediários das empresas vencedoras do certame público. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira, 12.
De acordo com o Broadcast Agro, Geller rejeitou despacho de sua exoneração da pasta. O envio da exoneração do secretário para encaminhamento à Casa Civil, assinado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informava que a exoneração seria “a pedido” do ex-secretário de Política Agrícola.
De acordo com as investigações, a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT), que negociou 116 mil toneladas das 263,3 mil toneladas vendidas no leilão, é presidida por Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor parlamentar de Geller quando era deputado federal. Além disso, a Foco Corretora de Grãos, empresa de França, foi a principal corretora do leilão. O ex-assessor também é sócio de Marcello Geller, filho do ex-secretário, em outras empresas.
Após o caso, órgãos de controle do governo reconheceram que há indícios de tráfico de influência e conflito de interesses no leilão e, portanto, orientaram a anulação do leilão e o afastamento do secretário. Geller foi candidato ao Senado em 2022 e teve o mandato cassado por abuso de poder econômico. Em dezembro do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reverteu a cassação e devolveu os seus direitos políticos, que então assumiu a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
Por Metro1
Foto: José Cruz/Agência Brasil
