O número de casos de Covid na cidade do Rio nos 27 primeiros dias de 2022 já supera o registrado em todos os 10 meses da pandemia em 2020.
Segundo o painel da Prefeitura do Rio, a capital chegou a 228.129 casos este anos. De março, início da pandemia, a dezembro, foram 218.033 casos confirmados. Em poucos dias, é esperado que a cidade ultrapasse também todos os casos confirmados nos 12 meses de 2021 (293.334).
No estado do RJ, entre quarta-feira (26) e quinta-feira (27), foram registradas novas 50 mortes e novos 34.764 casos conhecidos de Covid, segundo dados da Secretaria de Saúde.
A média móvel de mortes chegou 20 por dia, uma alta de 178% em relação a duas semanas atrás. A de casos atingiu 20.717, com alta de 130%.
A comparação com o número de mortes e de casos graves, no entanto, aponta a importância da vacinação e uma letalidade menor da variante ômicron. Quanto morreram quase 19 mil pessoas e 42,6 mil pacientes ficaram com quadro grave em 2020, em janeiro deste ano houve 160 mortes e 1.071 casos graves no Rio.
Pelo menos 14 cidades fluminenses estão com hospitais no limite ou acima do limite, em enfermarias e UTIs de Covid.
Na capital, o tempo médio de espera por um leito era de 64 horas, às 13h desta quinta-feira (27), segundo o painel de Covid da prefeitura (veja abaixo). O tempo mínimo era de 2 horas e meia e o máximo, de quase 4 dias (95 h 43min). Enquanto isso, setores inteiros em hospitais federais têm leitos fechados, por falta de profissionais.
Acima da capacidade
O painel de monitoramento do estado mostra que municípios estão atendendo doentes acima da capacidade — caso de Barra do Piraí e Rio Bonito.
Lotação na capital
Na manhã desta quinta-feira (27), na cidade do Rio, apareciam 27 leitos de Covid livres no censo hospitalar. Dezoito pessoas esperavam por um leito às 10h. No total, 742 pacientes estavam internados na rede SUS da capital.
No monitoramento dos casos feito pela Secretaria Municipal de Saúde em janeiro, todas as amostras colhidas deram positivo para a variante ômicron.
Internados em cadeira
No Hospital Municipal Souza Aguiar, há relatos de pacientes que ficam dias sentados à espera de um leito.
“Meu pai deu entrada no Souza Aguiar dia 19. Ele estava com problema de sangramento na urina e na próstata, mas ficou numa cadeia dois dias”, disse a filha.
“Ele estava com sonda e fez lavagem sangrando, na cadeira. Nem leito ele conseguiu depois, ele foi para uma maca”, emendou.
Rede federal inativa
O RJ1 recebeu imagens do Hospital Federal Cardoso Fontes. Ao menos quatro leitos de UTI com vários equipamentos essenciais estão vazios, mas impedidos por falta de pessoal.
No Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, um setor inteiro está fechado. No censo hospitalar, aparece que a unidade tem 42 leitos de terapia intensiva para síndrome respiratória aguda grave. Mas todos estão impedidos.